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quarta-feira, 25 de março de 2009

RUMO A 2010 - EDUARDO X JARBAS: EMPATE TÉCNICO

Pesquisa Datafolha divulgada ontem pelo jornal Folha de S. Paulo, apontando empate técnico entre o governador Eduardo Campos (PSB) e o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) em dois possíveis cenários na disputa pelo governo do Estado em 2010, surpreendeu o Palácio das Princesas. Na simulação sem um nome do PT – no caso o do ex-prefeito de Recife João Paulo –, Eduardo tem 40% das intenções de voto, seguido por Jarbas, com 34%, e Mendonça Filho (DEM), 10%. No cenário em que o nome do petista foi incluído, a distância entre Eduardo e Jarbas cai. O governador aparece com 34%, o senador com 31% e João Paulo com 12%.


Eduardo e Jarbas estão em empate técnico no limite da margem de erro (três pontos percentuais para mais ou para menos) na simulação sem o nome de João Paulo. Em um terceiro cenário, desta vez sem Eduardo, Jarbas abre uma vantagem de 20 pontos percentuais sobre o segundo colocado, o ex-prefeito de Recife. Outro dado importante da pesquisa é que a soma dos percentuais da oposição suplanta o percentual de Eduardo na situação A (veja arte). A pesquisa ouviu 1.036 pessoas no Estado entre os dias 16 e 19 de março.


O levantamento abafou, de certa forma, a terceira passagem do presidente Lula por Pernambuco, só este ano. O próprio Lula saiu, ontem, em defesa do governador, afirmando ter certeza de que o aliado será vitorioso em 2010, nos discursos feitos nos dois eventos administrativos e, mais cedo, na Rádio Jornal. No Palácio, o silêncio. Eduardo não comentou os números. Tampouco seus principais assessores. Um pequeno grupo se reuniu, ontem à noite, no gabinete do governador. Nos bastidores, a surpresa, uma vez que o monitoramento do desempenho do governo, feito por meio de pesquisas internas, apontaria outro cenário.

Escalado para repercutir o assunto, o líder do governo na Assembleia Legislativa, Isaltino Nascimento (PT), afirmou que “o pensamento do governo” é que a um ano e oito meses para eleição, falar em pesquisa de intenção de voto não é “produtivo”. “Se for Jarbas o nosso concorrente (em 2010) será positivo, porque poderemos comparar os quatro anos de desenvolvimento e eficiência da gestão Eduardo com oito anos do governo deles, já julgados pelo povo em 2006”, provocou o petista.
Sobre o fato de, segundo o Datafolha, Jarbas ter melhor desempenho frente a Eduardo no Recife e Região Metropolitana, Isaltino alegou que a população da Capital ainda está “percebendo os feitos do governo”, evocando o mantra do governador de que “2009 é o ano da colheita”. Para o Palácio, informou Isaltino, a recente superexposição de Jarbas no noticiário nacional favoreceu o peemedebista. O diretor do Datafolha, Mauro Paulino, discordou. Alegou que, a 18 meses das eleições, o que conta mais é a memória do eleitor. “Os índices refletem mais a tradição dele em administrações anteriores”, atestou Paulino à Folha. Jarbas foi duas vezes seguidas governador de Pernambuco (1999-2006).

Se, do lado de Eduardo, o silêncio reinou, ontem, a oposição festejou, mas ao estilo “eu já sabia”. Os principais articuladores da candidatura de Jarbas ao governo em 2010 ganharam um reforço para tentar convencê-lo a encarar a disputa. Presidente nacional do PSDB, o senador Sérgio Guerra revelou que o resultado apontado não é surpresa. “Só mostra como as coisas em Pernambuco são equilibradas. Não tem eleição ganha aqui. Nem para um governo alavancado por Lula”. Para o presidente estadual do DEM, o ex-governador Mendonça Filho, a pesquisa “reflete o que venho sentindo nas ruas”.

Mais discreto, Jarbas comentou o resultado por meio de nota à imprensa, repetindo o bordão “pesquisa é o retrato de um momento”. “Mas, para mim, é muito gratificante saber que os pernambucanos continuam apoiando o nosso trabalho, três anos após deixarmos o governo”. Ele reiteirou que só tratará de candidaturas em 2010, mas assegurou que “ teremos um palanque forte, reunindo PMDB, DEM, PSDB e PPS”.

Cecília Ramos
cecilia.ramos@jc.com.br

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