ARARIPINA

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segunda-feira, 16 de março de 2009

INCLUSÃO - UNIVASF ENSINA LIBRAS, BRAILE E ACESSIBILIDADE


Em Petrolina, no Sertão do Estado, a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) está desenvolvendo o projeto Univasf e Diversidade. Duzentas e quarenta pessoas – entre alunos, professores e técnicos administrativos da Universidade – participam desde a última semana dos cursos de libras, acessibilidade e Braille.

“Estamos satisfeitos com a procura pelos cursos, o interesse em estreitar a relação com as pessoas com deficiência, conhecer seu universo, seus desafios. O papel da universidade tem que ser o da inclusão, temos que estar preparados para receber pessoas com deficiência e oferecer a elas todas as oportunidades de acesso ao conhecimento", salienta a psicóloga e coordenadora do projeto, Daniele Maciel.

Além de preparar a comunidade acadêmica para receber pessoas com deficiência, o projeto também se volta para uma melhor capacitação dos futuros profissionais da área de saúde egressos da instituição. “Temos muitos alunos de medicina, psicologia, enfermagem participando dos cursos. É interessante porque eles terão condições, lá na frente, de atender com qualidade às pessoas com deficiência. Um psicólogo, por exemplo, vai saber como avaliar e acompanhar um surdo", frisa Daniele.

De acordo com a coordenadora do projeto, a Univasf é pioneira ao oferecer os três cursos simultaneamente. "Fizemos um levantamento e desconhecemos uma universidade federal que faça os cursos de libras, Braille e acessibilidade ao mesmo tempo. E nós nos surpreendemos também com a procura. O de libras, por exemplo, já no primeiro dia de inscrição teve todas as vagas preenchidas", diz.

Para o desenvolvimento do projeto, o Ministério da Educação liberou R$ 77 mil, utilizados na compra de material como software específico para pessoas com paralisia cerebral, impressora em Braille, computadores, dentre outros. O curso de libras tem 60h, com três turmas de 30 alunos. O de Braille tem 40h e duas turmas de 20 alunos. E o de acessibilidade tem 12h, três turmas com 30 alunos.

Aluna do 5º período de psicologia, Mércia das Virgens dos Santos frequenta o curso de acessibilidade e está animada com o projeto. "Eu conheço muitas pessoas que querem entrar na faculdade mas têm receio, porque sabem que vão enfrentar falta de material específico, de postura por parte de algumas pessoas, e até de respeito. A perspectiva é que a partir de agora se construa uma realidade de aceitação e respeito à diversidade", destaca.

“Justificamos ao MEC a importância desse projeto aqui na região em cima de estatísticas. A Univasf é compartilhada por três Estados: Pernambuco, Piauí e Bahia, que possuem um quantitativo de pessoas com deficiência acima da média brasileira. Logo, a instituição tem que estar preparada. O que estamos vendo hoje é uma quebra de paradigma", salienta Danielle. Ainda dentro do projeto Univasf e Diversidade, está agendado para o próximo dia 21, no Centro de Convenções de Petrolina, o II Seminário de Inclusão Social, que deve reunir cerca de 400 pessoas.

Roseanne Albuquerque
Núcleo SJCC Petrolina

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