ARARIPINA

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sexta-feira, 29 de abril de 2011

PESQUEIRA - ENCONTRO NACIONAL DA ASA REÚNE AGRICULTORES DO SEMIÁRIDO


Dona Mirtes veio do município de Apuiaré, a 111 quilômetros de Fortaleza. Já Dona Vitória e Maria do Desterro saíram de Castelo do Piauí, município no Semiárido piauiense. E Seu Deraldo veio de Porteirinha, no Norte de Minas Gerais. O destino deles era o mesmo: II Encontro Nacional de Agricultoras e Agricultores Experimentadores do Semiárido, que teve sua abertura na manhã de quarta-feira (27) e termina hoje, sexta-feira, 29, em Pesqueira, no Agreste de Pernambuco.

No Encontro, Dona Mirtes, Seu Deraldo, Dona Vitória e Dona Maria do Desterro se uniram a outros 200 agricultores e agricultoras de todo o Semiárido brasileiro. O que os une no evento é a capacidade de criar alternativas para se adaptar à região semiárida. Por isso que eles ganham o adjetivo de “experimentadores”.

Ao promover o encontro de agricultores e agricultoras de diversas regiões do Semiárido, a ASA reconhece e valoriza o saber tradicional de quem cuida da terra. Esse saber permite uma melhor adaptação às condições semiáridas.

“Nas visitas, a idéia é que as famílias anfitriãs apresentem sua trajetória de inovação desde a constituição do núcleo familiar, estratégias de acesso a terra, processos de constituição das infraestruturas hídricas, dos sistemas pecuários, da produção de alimentos e segurança alimentar, distribuição do trabalho nas famílias e das relações de gênero e estratégias de acesso aos mercados”, explica o coordenador do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), Antônio Barbosa.


O P1+2 é um dos programas da ASA, cujo foco é propiciar às famílias tecnologias sociais para armazenamento de água para produção de alimentos, como também infraestrutura mínima para a manutenção do quintal produtivo (terreno ao redor onde se planta pequenas hortas, plantas medicinais e para criação de pequenos animais).

No Encontro contou também com uma mesa redonda sobre políticas públicas para a convivência com o Semiárido e teve a representantes do governo, da ASA, além de agricultores e agricultoras, onde trataram das inovações da agricultura familiar na construção de políticas públicas, e refletir sobre o papel dos experimentadores na concepção dessas políticas.

Um ato público encerrará o encontro, na manhã desta sexta-feira. Cerca de mil agricultores e agricultoras de comunidades rurais do Agreste de Pernambuco somar-se-ão aos participantes do encontro, e cidadãos/ãs de Pesqueira em uma caminhada pelas ruas centrais de Pesqueira. Ao final do percurso, haverá apresentações de grupos da cultura local como bandas de forró pé-de-serra e o grupo Coco Raízes de Arcoverde.

Convidados especiais – Representantes dos Ministérios do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), do Desenvolvimento Agrário e do Meio Ambiente, do Governo de Pernambuco, Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e do Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea) foram convidados para participar do Encontro. Agricultores que moram na região do Chaco, que abrange o território da Argentina, Bolívia e Paraguai e tem características semelhantes às do Semiárido brasileiro, estão vivenciando o encontro.

O evento é realizado pela Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA Brasil) e apoiado pelo MDS, Ministério o Desenvolvimento Agrário, Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Agência de Cooperação Espanhola, Instituto Ambiental Brasil Sustentável, Fundação Avina e Heifer.

Agricultura familiar no Semiárido – A região é o endereço de 80% das famílias agricultoras do Brasil. Dados oficiais afirmam que 60% dos alimentos que abastecem o mercado interno vêm da agricultura familiar. Esta atividade emprega 77% dos 17 milhões de brasileiros que trabalham no campo.

A ASA surge do intuito de organizações que já atuavam no Semiárido de quebrar um círculo vicioso, no que se refere à desvalorização do saber tradicional, à baixa autoestima das famílias agricultoras, e a negação de direitos à água, a terra, a segurança alimentar e nutricional etc. A ação desta rede com mais de mil organizações da sociedade civil tem influenciado a criação de políticas públicas de convivência com o Semiárido, com mudanças sociais, econômicas e ambientais na região.

Confira os resultados da ASA

P1MC (Programa Um Milhão de Cisternas)
326.719 – Cisternas de 16 mil litros construídas
• 5 bilhões de litros de água potável acumulada.
• 1.633.595 pessoas beneficiadas
327.000 – Famílias mobilizadas
3266.719 – Famílias capacitadas em Gestão de Recursos Hídricos
11.000 – Pedreiras/os
4.560 – Construtoras/es de bomba
1.076 – Municípios

O P1MC incentiva o controle social em diversos níveis:
769 reuniões e encontros nacional, estaduais, microrregionais, municipais e comunitários foram realizados.
30.397 pessoas participaram desses momentos.

P1+2 (Programa Uma Terra e Duas Águas)
10.929 famílias beneficiadas
• 54.645pessoas beneficiadas
6.983 implementações
• 6.325 cisternas-calçadão construídas
• 395 barragens subterrâneas
• 262 tanques de pedra
• 1 barreiro
6.242 pessoas participaram de intercâmbios


Mais informações: http://www.asabrasil.org.br

Mariana Landim
Assessoria de imprensa do encontro

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