O trabalho infantil diminuiu 24% em Pernambuco entre 2001 e 2007. Atualmente, 274 mil crianças e adolescentes trabalham ilegalmente no Estado. Este foi o resultado da pesquisa apresentada pelo Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Cedca), ontem, durante o Fórum Estadual de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (Fepetipe).
O evento foi realizado no auditório do Centro Integrado da Criança e do Adolescente, na Boa Vista, Centro do Recife. Estiveram presentes ao encontro representantes do Ministério Público do Trabalho e da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social e de Direitos Humanos.
O estudo nasceu com o objetivo de identificar as variáveis que contribuem para o trabalho infantil em Pernambuco. O próximo passo é a construção do Plano Estadual para Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil no Estado, com o intuito de orientar políticas públicas para superar o problema em âmbito local.
“A partir da análise destes números, queremos desenvolver um plano capaz de promover combate eficaz ao trabalho infantil. Nossa intenção é fazer campanhas de prevenção, como também fiscalização em grande escala”, contou a vice-presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, Madalena Fucks.
O levantamento cruzou dados da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio (Pnad), entre 2001 e 2007, com os números do Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, realizado em 2000. Basicamente, usaram três índices para entender o que motiva o trabalho infantil nos municípios: crescimento populacional, dinâmica econômica e indicador educacional.
Mas os números da pesquisa não refletem o cenário completo do trabalho infantil no Estado. Nos dados não estão incluídas atividades ilícitas e informais. Crianças e adolescentes que fazem trabalho doméstico ou estão envolvidas na estrutura do tráfico de drogas e exploração sexual não foram contabilizadas.
Manari, no Sertão, a 376 quilômetros do Recife, é a campeã pernambucana do trabalho infantil. A cidade lidera a lista de duas das três faixas etárias pesquisadas. Entre 10 e 14 anos, 15,15% das crianças e adolescentes trabalham. No grupo de 15 anos, a percentagem é de 4,15%. O estudo é finalizado com informações sobre os jovens de 16 e 17 anos. Neste universo, Toritama, no Agreste, a 152 quilômetros está à frente, com 6,97%.
Fonte-JC
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