O Ministério da Saúde confirmou ontem mais dois casos de gripe A(H1N1) no Brasil. O total de casos confirmados no País passou de 6 para 8. Um dos pacientes, do Rio de Janeiro, foi infectado no Brasil, no segundo caso de transmissão ocorrida no País.
Apesar de o Ministério da Saúde não confirmar, existe a suspeita de que este caso seja da mãe do rapaz que se infectou ao ter contato com um amigo que havia voltado do México. O outro novo caso é de uma mulher de 47 anos, que mora no Rio Grande do Sul.
Com a confirmação de um novo caso no Rio, sobe para três o número de pacientes infectados pelo vírus naquele Estado, sendo que dois contraíram o vírus em solo brasileiro.
De acordo com o ministério, esses dois casos de transmissão autóctone estão vinculados ao primeiro, que contraiu a doença no México. Por isso, informa a nota, “a transmissão do vírus no Brasil permanece limitada”.
Já no caso do Rio Grande do Sul, a mulher e o marido estiveram em férias por cinco países da Europa – Alemanha, República Tcheca, Hungria, Áustria e Espanha. O nome e a cidade onde está a vítima foram mantidos em sigilo. A confirmação do contágio se deu por meio de exame feito pela Fiocruz.
O casal chegou a Porto Alegre no último dia 4 em um voo vindo de Madri, com escala em Guarulhos. Ao desembarcar, ela informou às autoridades que tinha dores no corpo.
Em seguida, foi com o marido, de carro, para uma cidade no interior gaúcho. No hospital de lá, fez os exames que resultaram na confirmação laboratorial.
O marido não desenvolveu nenhum sintoma. A mulher não apresenta manifestação da gripe desde sexta-feira. Entre a chegada e os exames, ambos ficaram isolados em casa. Os demais casos confirmados no Brasil são em São Paulo (2), Minas Gerais (1) e Santa Catarina (1).
No Rio, após iniciar uma fiscalização mais rigorosa dos passageiros que chegam ao Estado com sintomas, as autoridades de saúde do Rio detectaram três pessoas que deverão ser monitoradas e obedecer regime de isolamento domiciliar.
Duas delas chegaram ontem no voo 0905 da American Airlines, procedente de Miami. Entre os passageiros que desembarcaram no Rio, nove faziam parte do grupo ligado ao Iate Clube Jardim Guanabara, que viajou para Cancún com o jovem infectado, o primeiro caso confirmado no Rio.
Segundo os passageiros, a viagem foi tensa. Durante a madrugada, a médica Ana Cristina Amaral Mendes, 41, que fazia parte do grupo, começou a passar mal, com fibrilação atrial, uma espécie de arritmia cardíaca.
O comandante optou então por fazer um pouso de emergência em Manaus. Durante a viagem, ela apresentou dores no peito em decorrência do problema cardíaco. “Ela não tem sintomas da influenza”, disse em Manaus o diretor-presidente da Fundação de Vigilância em Saúde, Evandro Melo. Ela permaneceu na cidade, acompanhada do médico Alexandre da Silveira.
Ao chegar ao Rio, o avião pousou em área isolada e os passageiros foram levados para uma área de acesso restrito onde prestaram informações. Duas receberam recomendação de obedecer a isolamento domiciliar. O terceiro caso é de um passageiro que chegou de Londres anteontem.
PERNAMBUCO
Surgiram em Pernambuco mais dois casos suspeitos da gripe A (H1N1), antes chamada de gripe suína. Trata-se de um homem com 19 anos e uma mulher de 36, internados desde sexta-feira no Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), em Santo Amaro, área central do Recife.
Há ainda um paciente monitorado. “É uma moça que teve contato com uma pessoa que veio dos EUA e está com tosse e coriza. Ela, no entanto, está sendo acompanhada em casa”, explica o coordenador da enfermaria de infectologia do Huoc, Demetrius Montenegro.
Segundo o médico, o único caso suspeito que figurava em Pernambuco até sexta-feira – de um rapaz de 20 anos morador de Casa Amarela – foi descartado após o resultado do exame ter dado negativo.
O descarte ainda não figurava no boletim do Ministério da Saúde de ontem, que registrou dois casos suspeitos e um monitorado no Estado. Como o descarte não constou do boletim, era esperado que houvesse três casos suspeitos.
Mas nem a assessoria de imprensa da secretaria de Saúde do Estado nem a do Recife tinham informações adicionais sobre o assunto. Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde disse que confirmava os dados do ministério e que só divulgaria mais informações hoje.
Os dois suspeitos internados no Oswaldo Cruz apresentaram os mesmos sintomas: febre, dores no corpo, tosse e congestão nasal. “A paciente do sexo feminino não tem mais nenhum dos sintomas. Já o sexo masculino continua com tosse e congestão”, afirma Demetrius. Eles tiveram o sangue coletado para exame no Instituto Evandro Chagas, em Belém (PA).
Se o resultado for negativo, receberão alta. Do contrário, será preciso permanecer por dez dias, que é a orientação do Ministério da Saúde, mesmo aparentemente curados.
A medida é preventiva e tem como objetivo evitar a proliferação da doença. A expectativa é que o resultado saia na hoje ou amanhã.
Além de analgésico e antitérmico, que tomaram no início da infecção, os suspeitos foram medicados com o antiviral oseltamivir. Demetrius Montenegro explica que essa é a droga preconizada pelo Ministério da Saúde.
Segundo o infectologista, o caso monitorado preenche uma ficha e é liberado para o tratamento em casa.
A Secretaria de Saúde do Recife informou que acompanha a família da mulher internada no Oswaldo Cruz para verificar um eventual surgimento de sintomas em parentes.
FONTE-JC
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