A participação do PT na campanha 2010 e num eventual segundo mandato do governador e pré-candidato à reeleição Eduardo Campos (PSB) foi debatida neste final de semana, nos encontros regionais promovidos pela legenda em Águas Belas e Arcoverde.
A discussão passou pela maior atuação que a legenda quer ter tanto nas propostas de programa de governo, definições de estratégias de campanha e composição de chapas, como também pela ampliação do espaço num eventual segundo governo.
“Queremos assumir mais responsabilidades, ter mais presença dentro do governo”, disse o presidente estadual do PT, Jorge Perez. De acordo com ele, isso implica em ocupar mais postos, porém dentro de uma composição que observe todos os partidos aliados. Mas Perez garantiu que, durante os encontros, o PT cumpriu a deliberação do diretório nacional de não discutir nomes e cargos.
Segundo Jorge Perez, o momento atual é diferente daquele observado nas eleições de 2006. Naquela época, a sigla tinha candidato próprio e veio apoiar Eduardo Campos no segundo turno. Agora, diferencia, o PT está no governo e participa da campanha desde o primeiro turno.
Perez destaca a força e importância do partido, inclusive com o apoio do presidente Lula ao governo estadual, com o papel de Humberto Costa a frente da Secretaria Estadual das Cidades e com a dimensão política da Prefeitura do Recife. “Tudo isso estará presente nesse debate.” A responsabilidade de estar na mesma coligação é maior, diz o presidente.
“Foi avaliado que a presença do PT no governo não é proporcional à força do Partido”, relatou, por sua vez, o deputado federal Maurício Rands (PT). Os eventos reuniram cerca de 200 militantes, entre dirigentes, vereadores, prefeitos e vice-prefeitos.
O deputado federal Fernando Ferro (PT), que participou dos encontros, reiterou que houve uma preocupação de não tratar de nomes e vagas, mas que foi dado um entendimento de que a legenda precisa ter um “papel maior de protagonista” no governo.
PREFEITURA
A defesa da gestão do prefeito João da Costa (PT), criticada por questões como a coleta irregular do lixo, também foi tema dos encontros regionais. “Tratamos da importância de se combater campanha ardilosa que a oposição tem feito. Não há o objetivo de melhorar os serviços da Prefeitura, mas de desconstruir o nosso governo para facilitar a disputa em 2010.
Temos de defender o governo João da Costa, que foi eleito no primeiro turno”, afirmou o presidente do PT. Perez complementou que dificuldades burocráticas não podem gerar condição de fragilidade da gestão municipal. Sexta-feira passada, o secretário estadual das Cidades, Humberto Costa, também ressaltou a importância da defesa do governo João da Costa. Segundo o político, “é visível uma ação orquestrada da direita para desacreditar o governo”.
PETROBRAS
O PT debateu ainda a realização de atos para contestar a CPI instalada no Congresso Nacional para tratar do uso político da empresa. Além de participar da audiência pública marcada para às 9h de hoje na Câmara dos Vereadores do Recife, ficou decidido que os vereadores da legenda no Estado farão pronunciamentos.
“Eles vão falar da postura antipatriótica dos três senadores de Pernambuco, que votaram pela CPI, esclarecendo o seu uso político-eleitoreiro e as dificuldades que podem ser criadas para a Petrobras”, disse Perez.
Ines Andrade
iandrade@jc.com.br
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