Jerusalém (Israel) - O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, informou que cinco acordos de cooperação foram assinados entre o presidente Jair Bolsonaro e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ontem domingo (31), em cerimônia na casa do premier. O presidente brasileiro chegou em Israel pouco antes das 10h e retornará ao Brasil na quarta-feira.
O general, contudo, reconheceu que não haverá nenhum anúncio de grandes volumes de trocas comerciais ou investimento e sim de intercâmbio em áreas de interesse bilateral. O Brasil está mais interessado em segurança e o governo de Israel, mais interessado no Nordeste por conta de buscar oportunidades para desenvolver a sua tecnologia de dessalinização da água e irrigar a região. “A vinda não quer dizer que a gente vá comprar uma série de coisas porque não estamos em condições de fazer isso”, afirmou o ministro no saguão do Hotel King David, em Jerusalém, onde Bolsonaro e os integrantes de sua comitiva, inclusive o staff, estão hospedados. Além da reunião ampliada na casa do premier, os ministros brasileiros estão realizando rodadas de reuniões setoriais que se estendem até terça-feira.
As parcerias bilaterais devem abranger as áreas de tecnologia, água, medicina, aviação e segurança, segundo uma fonte do governo israelense. O objetivo do Brasil é aproveitar a expertise de Israel com intercâmbio de conhecimento em segmentos de interesse econômico e de defesa.
De acordo com o general, o principal motivo da visita do presidente é buscar uma aproximação maior, além de retribuir a visita de cortesia de Netanyahu à posse do pesselista. “Mas é lógico que, como Israel é um país extremamente desenvolvido na área de equipamento militar, é sempre bom estar em contato com ele”, afirmou.
Alguns assuntos, segundo o ministro, têm sigilo grande e o discurso do governo está mais cauteloso para não sofrer retaliações com das nações árabes e muçulmanas. “Qualquer visita a um país estrangeiro que tem um componente de cortesia. Mas nós temos outros assuntos a tratar aqui que fogem do aspecto cortesia. Nos interessa essa aproximação com Israel sem que isso signifique de maneira nenhuma um afastamento da comunidade árabe”, afirmou. Ele não descartou também o interesse do Brasil na tecnologia de drones que os israelenses possuem. “Hoje a tecnologia interessa porque ela muda muito rápido. A gente precisa se informar e se manter informado”, completou.
Ao ser questionado sobre o motivo de Bolsonaro não ir visitar a Palestina, o general disse que o motivo principal foi a “falta de tempo”. “Se for para a Palestina, vai alongar a viagem”, disse.
Além do general Heleno, integram a comitiva os ministros das Relações Exteriores, Ernesto Araújo; de Minas e Energia, Bento Albuquerque; de Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações, Marcos Pontes; e o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, tenente-brigadeiro, Raul Botelho. Um dos filhos do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-SP), também veio junto com o pai na viagem.
Em uma entrevista à uma rádio local, o ministro de Energia de Israel, Yuval Steinitz, afirmou hoje que a Petrobras está considerando em explorar campos de gás em Israel. O ministro teve uma reunião hoje com o ministro Bento Albuquerque. Steinitz teve um encontro com Albuquerque há três semanas. Contudo, o governo brasileiro não se manifestou ainda sobre o assunto. Procurada, a Petrobras informou que não vai comentar o assunto.
Fonte - Correio Braziliense
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