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sábado, 18 de setembro de 2010

PESQUISA - SOBRA MULHER NO GRANDE RECIFE


Solteira há seis meses, a engenheira recifense Anna Eduarda Falcão, de 25 anos, notou o que muitas amigas sem namorado já haviam reclamado: o "mercado" está cada vez mais concorrido para as mulheres. Tanto que o atual paquera é um norte-americano, que mora no Japão. Segundo dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realmente falta homem na cidade. No Grande Recife, a proporção é de 100 mulheres para 85 homens, a menor razão de sexo entre regiões metropolitanas das capitais do país. A maior razão foi encontrada em Curitiba, sendo 94,6 homens para cada 100 mulheres. A pesquisa Síntese dos Indicadores Sociais 2010 também apontou que as mulheres estão deixando para ter filhos mais tarde (quanto mais anos de escolaridade, mas adiado fica o plano da maternidade) e que o número de casamentos subiu. Em Pernambuco, 86,1% dos solteiros se casaram em 2008, período em que a análise foi feita.


"Aqui, o cara nem é tão bonito, mas 'se acha' só porque acredita ser joia rara no mercado", diz Anna Eduarda, solteira há 6 meses Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press
O problema é que a proporção verificadano Recife não está ajudando os que querem se casar. "Todos os homens que conheço estão comprometidos. Aqui, o cara nem é tão bonito, mas 'se acha' só porque acredita ser joia rara no mercado", avaliou Anna Eduarda. A estudante de psicologia Thayrine Bezerra do Nascimento, de 19 anos, é outra que confirma que a máxima "homem é que nem biscoito" não se aplica em hipótese alguma à capital pernambucana. O último namoro da jovem ocorreu há quatro anos. Ela é bonita e costuma sair à noite para shows e boates, em busca de diversão e, quem sabe, pretendentes. Mas informou ao Diario que arrumar namorado não tem sido tarefa das mais fáceis. "Os homens por aí não querem ter um compromisso sério. Sem falar no fato de que uma parcela joga no mesmo time das mulheres. Em outras palavras: eles são gays", ela observou.

As que encontram a alma gêmea, no entanto, não hesitam em formalizar a união. Tanto que o número de casamentos subiu no país. Mais de 82% dos solteiros (que nunca haviam se casado) juntaram as escovas de denteem 2008. Em Pernambuco, esse índice foi ainda maior, com 86,1% dos solteiros no altar. As uniões entre divorciados, entretando, diminuíram de 2,7% para 1,6% do total de casamentos nos cartórios do estado.

Maternidade - Como estão estudando mais que os homens (o grau de instrução delas é, em média, três anos superior ao deles), a chegada dos filhos está sendo adiada pelas mulheress. A média de idade para a primeira gestação é de 27,8 anos, para quem tem mais de oito anos de instrução. Em 1999, a média registrada era de 25 anos. Entre as mulheres com menos de 7 anos de estudo, a faixa etária de 15 a 19 anos concentrava 20,3% das mães, ao passo que entre as mulheres com 8 anos ou mais de estudo, o mesmo grupo respondia por 13,3%.

O reflexo da nova realidade é a queda da taxa de fecundidade (número médio de filhos que uma mulher teria ao final do seu período fértil). No Brasil, a média verificada é de 1,94 filho por mulher. Em Pernambuco, o índice é um pouco maior: 2,1. Com menos filhos, as mulheres têm se dedicado mais ao trabalho. No entanto, mesmo mais escolarizadas que os homens, o rendimento médio delas continua inferior ao deles (as mulheres ocupadas ganham cerca de 70,7% do que recebem os homens). A situação é agravada quando ambos têm 12 anos ou mais de estudos. Nesse caso, o rendimento delas chega a ser 58% do deles. A jornada de trabalho das mulheres, porém, é mais curta que a dos homens: são 36,5 horas delas contra 43,9 horas deles.

Mesmo batalhando para garantir a renda familiar, as mulheres ainda são as principais responsáveis pelos afazeres domésticos, dedicando, em média, 22 horas por semana a essas atividades. Os homens só dedicam 9,5 horas ao trabalho doméstico. Apesar do tradicional machismo nordestino, os homens pernambucanos dedicam até 11 horas para os serviços de casa, uma hora e meia a mais que o resto do país.

Fonte - Pernambuco.Com

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