Os criadores de animais atingidos pela seca não conseguem comprar o milho subsidiado pela União. O cereal é revendido em armazéns administrados pelo governo de Pernambuco e pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O problema ocorre porque o preço de venda do cereal foi estabelecido na portaria n˚ 497 que caducou na última segunda-feira. “Isso faz a gente perceber a sensibilidade do governo federal com os produtores que sofrem com a estiagem. A suspensão dessa venda vai atingir principalmente os pequenos”, diz o presidente do Sindicato dos Produtores de Leite de Pernambuco (Sinproleite), Saulo Guimarães Malta Júnior.
São cerca de 30 mil produtores prejudicados com o fim do prazo estabelecido na portaria. O subsídio permite que o saco de 60 quilos do produto seja comprado entre R$ 18,34 e R$ 21, dependendo da quantidade de animais do criador. No mercado, a mesma quantidade do cereal é vendida por R$ 36. “O produtor de leite conseguiu segurar a alta da soja comomilho subsidiado. Agora, isso acabou”, conta Saulo. Usada na ração dada aos animais, a soja saiu de R$ 58 para R$ 76 o saco com 50 kg do produto.
Somente o Estado implantou sete armazéns para revender o milho subsidiado em cidades do Agreste e Sertão. O secretário estadual de Agricultura, Aldo Santos, afirma que o Estado não pode realizar a venda porque o preço foi definido pela portaria que caducou. Ele argumenta também que, há 10 dias, os secretários estaduais de Agricultura participaram de uma reunião no Ministério da Agricultura, em Brasília, e discutiram o problema que o fim desse prazo provocaria na região. Antes da caducidade da portaria, o armazém de Garanhuns – cidade que concentra a produção leiteira – revendia de 250 toneladas a 300 toneladas por semana. Nos demais, essa venda variava entre 150 e 200 toneladas semanais.
Do JC Online
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