A seca no Rio São Francisco atingiu a situação mais crítica da história. Se não chover nos próximos meses, a Usina Hidrelétrica de Sobradinho, norte da Bahia, vai perder a capacidade de gerar energia. O reservatório de Sobradinho está com 20% da capacidade de armazenamento, que é de 34 bilhões de metros cúbicos. Desde a semana passada, a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) mantém a vazão entre 900 e mil metros cúbicos por segundo.
Para o Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco (CBHSF), organização com representantes da sociedade civil e dos governos federal, estaduais e municipais a culpa não é só da falta de chuva não. "Vez ou outra se pede a redução da vazão e não se trabalha num planejamento mais eficaz para que o sistema interligado nacional de energia possa garantir a energia para o país e deixar o rio São Francisco um pouco mais ameno", diz Maciel Oliveira, Comitê Bacia do São Francisco.
Porto de Petrolina
Embarcações que antes transportavam quatro mil toneladas de grãos por viagem estão paradas no porto de Petrolina há mais de um ano. Quase cem trabalhadores foram demitidos. "A última viagem que foi feita, em abril de 2014, foi uma viagem que demorou 42 dias. Isso aí é terrível, não tem condições de suportar", lamenta Francisco Emício dos Santos, diretor do porto.
Redução da vazão
A Companhia Hidrelétrica do São Francisco, Chesf, diz que recebeu autorização especial do Ibama e da Agência Nacional de Águas, ANA, para diminuir a vazão e evitar que o rio seque. "Felizmente temos um sistema de barragem. Porque se ele não existisse, as vazões eram até menores. Chegariam vazões de 400 metros cúbicos por segundo, 300 metros cúbicos por segundo. E um sistema de barragem, além de propiciar a geração de energia elétrica, ele regulariza o rio propiciando vazões importantes durante todo o ciclo", afirma Mozart Arnaud, diretor de operação da Chesf.
A Agência Nacional de Águas (ANA) declarou que o Operador Nacional do Sistema (ONS) pediu a diminuição de vazão do Rio São Francisco para preservar o volume de água dos reservatórios de Sobradinho e de Xingó. A agência declarou também que está avaliando com a Chesf e com o Ibama as consequências da manutenção da vazão mínima do rio. O Ibama não quis se pronunciar.
G1
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