ARARIPINA

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quinta-feira, 2 de junho de 2011

EXÚ - POLÍCIA MILITAR FOI ACIONADA PARA IMPEDIR ENTRADA DE SERVIDORES DO PODER JUDICIÁRIO NO FÓRUM


Os servidores da justiça (TJPE), estão em greve a mais de 20 dias e e lutam por melhores condições de trabalho e salários. Eles reividicam a falta de reajuste dos auxílios alimentação, transporte e saúde, não implementação da revisão geral anual assegurada a todos os servidores públicos pela Constituição Federal, falta de progressão funcional na carreira, integração do vencimento base por parcelas atualmente autônomas (gratificação de exercício e de atividade judiciária), aumento da jornada de trabalho sem contrapartida financeira; discussão do plano de cargos, carreiras e vencimentos com a participação efetiva da categoria.


Na terça-feira, 31/05/11, um fato chamou atenção da sociedade dos moradores da cidade de Exú e região do Araripe. A Polícia Militar foi acionada para impedir a entrada de servidores do Poder Judiciário no Fórum da Comarca local. Ontem, quarta-feira, 01/06/11, vários servidores da justiça de várias cidades da região foram para Exú engrossar o movimento e dar apoio aos servidores de lá. leia abaixo o relato de Adriana Machado, Técnica Judiciária do Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco.


Chamo-me Adriana Machado Beserra, Técnica Judiciária do Tribunal de Justiça do estado de Pernambuco , tendo sido nomeada, após aprovação em concurso público, em setembro de 2008.


Já na terceira semana do movimento, na data de 31/05), o Juiz de Exu, DR. HAULER DOS SANTOS FONSECA, indignado com a decisão firme dos servidores desta comarca de permanecerem no movimento paredista, convocou-nos a uma reunião, na qual, em tom ameaçador e de repressão, disse que INADMITIA O TRÂNSITO, NAS DEPENDÊNCIAS DO FÓRUM, DOS SERVIDORES QUE SE ENCONTRAVAM PARTICIPANDO DO MOVIMENTO GREVISTA, NÃO NOS CABENDO BEBER ÁGUA, CAFÉ OU UTILIZAR O BANHEIRO DO NOSSO LOCAL DE TRABALHO, E QUE SUA DECISÃO ESTARIA ACOBERTADA POR ORIENTAÇÃO DA PRESIDÊNCIA DO TRIBUNAL, COM QUEM HAVIA MANTIDO CONVERSA NO DIA ANTERIOR.


Como se não bastasse tal truculência, pouco tempo após, se encontrava no Fórum desta Comarca um Policial Militar, que nos informou o motivo da sua estada: impedir a nossa entrada no nosso local de trabalho, a mando do Juiz Hauler dos Santos Fonseca. Diante da situação, eu e a equipe de colegas dirigimo-nos à sede da Policia Militar local, tendo solicitado a lavratura de Boletim de Ocorrência, ao qual recebera o n.º 0929/3ª COM/2011.


Em que estado de direito vivemos? Como podemos permitir que um abuso desta gravidade permaneça em silêncio? Como tolerar que servidores, legitimamente titulares de cargos públicos, sejam impelidos de entrarem no seu local de trabalho por se encontrarem de greve? Será se no lugar onde deverias reinar a justiça não está sendo utilizado como refúgio para a prática de ilegalidades e atrocidades? Será se o exercício de um direito constitucionalmente assegurado pela Magna Carta Política de 1988 deve ser reprimido pela Policia Militar? Será mesmo que a nós, mortais que somos, só nos cabe baixar a cabeça perante o “rei” e esquecer que somos cidadãos, e mais do que isso, servidores públicos efetivos, e como tal devemos merecer respeito?


A situação em Exu é esta: a polícia militar é acionada para fazer retirar do Fórum, lugar público, os servidores da casa, após ordem ilegal oriunda do Magistrado titular da Comarca, que os trata com desdém, desrespeito e desmerecimento, utilizando-se da sua superioridade nata de chefe para provocar a pior e mais abominável forma de opressão: o assédio moral.


Não nos soa como inverdade que os tempos em que a liberdade de expressão, organização e opinião eram mito tornaram-se apenas memórias de um passado não muito longínquo, porque dentro da Corte de Justiça Estadual a lei que voga e vigora é a do chicote: ou se dança conforme a melodia ensurdecedora dos super poderosos ou se está para sempre marcado com ferro e fogo.


Precisamos do apoio de toda a sociedade, pois vivemos uma verdadeira violência psicológica e sofremos com diversas arbitrariedades.

Um comentário:

Anônimo disse...

assim, acho que quem tá participando dessa greve nao tem muita coisa pra fazer em casa, pricipalpente essa adriana que deveria se orientar mais sobre as atitudes dela, ja que estas podem prejudica-la. Se ele recebeu ordens do tribunal para fazer o que fez é porque não deve ser ilegal né, afinal o tribunal sabe o que faz!