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sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

BASTIDORES - FILME SOBRE A VIDA DE LULA COMEÇA A SER RODADO NO AGRESTE


O momento em que Dona Lindu se desfez de todos os bens materiais e migrou com os filhos para São Paulo. Essa cena marcou as filmagens de ontem do longametragem Lula, o filho do Brasil, que conta a história do presidente Luiz Inácio da Silva do nascimento até os 35 anos de idade. A dramatização daquele instante serviu como uma síntese da qual está imbuída a equipe do filme: contar a história de uma família que retrata a luta de muitos outros cidadãos em algo que poderia se chamar de o sonho brasileiro. “Pretendemos mostrar o que é o lado humano da família”, voltou a reforçar o diretor Fábio Barreto. “É a história de uma família e seu poder de superação das dificuldades”, reiterou o produtor Luiz Carlos Barreto. Para a jornalista Denise Paraná, autora do livro homônimo que originou o roteiro, ver transformada em filme a história que ela colecionou em livro, a partir de depoimentos das pessoas que conviveram com Lula, é a realização de um sonho de 18 anos. “Em 1991 comecei as primeiras entrevistas e fiquei apaixonada. Tudo o que eles falavam era cinema”, lembrou a escritora, que foi conferir as filmagens pessoalmente no set armado no Sítio Lagartixa, no município de Capoeiras, próximo a Caetés, onde o presidente nasceu. “Havia (nos depoimentos) uma plasticidade, uma integração com a natureza que eu, que sou paulistana, não conheço.” Denise contou que por muitos anos recebeu propostas de realizadores estrangeiros, mas era um desejo de Lula que sua história fosse narrada em uma produção nacional. Também presente ao set, José Ferreira da Silva, Frei Chico, 66 anos, irmão do protagonista, reviu a si mesmo, mais de meio século atrás, embarcando no pau-de-arara rumo a um futuro então incerto. “(As cenas) são muito reais. Fazer um filme de brincadeira, é uma coisa. Agora, fazer um filme sério, educativo, que conte a história de um camponês que migrou com a família e chegou onde chegou, é muito difícil”, disse, acrescentando que o presidente está muito entusiasmado. “O filme mostra quem ele era. Isso vai servir para a história do Brasil.” Esse mesmo sentimento, de que a história de Lula transcende a figura dos personagens envolvidos, é transmitida pelos atores, em grande parte atribuída por eles mesmos ao trabalho do preparador de elenco, Sérgio Pena. Além do trabalho desse profissional, há um nítido compromisso dos artistas pela busca de personagens fundamentados no realismo da ação. Glória Pires, em cartaz nos cinemas com a comédia Se eu fosse você 2, contou que recebeu com muito orgulho e confiança a incumbência de interpretar Dona Lindu, a mãe do presidente. “Ela simboliza as nossas mulheres de heroínas, que são as mães que têm que dar conta de criar seus filhos com tantas dificuldades”, afirmou durante uma breve pausa no set, após algumas horas repetindo cenas sob o forte calor do Agreste. “Não queria fazer um filme que fosse em aspecto nenhum partidário. Ele tem um exemplo para a vida, que é a estrutura familiar.” Milhem Cortaz, ator originário do teatro e que já participou no cinema de mais de 40 produções, como Carandiru e A concepção, além de estar no ar na novela Chamas da vida (Record), percebeu em seu personagem, Aristides, pai de Lula, um pouco da relação dele mesmo com o avô e introduziu essa experiência na composição. “Tento evitar filmes nos quais não tenho nada a dizer. (Nesse) tenho a dizer sobre o brasileiro, família, respeito, educação”, afirmou. O estreante Rui Ricardo Dias, que encarna Lula adulto e veio a Pernambuco (pela primeira vez) para conhecer o local de origem do presidente, falou que, tanto quanto se preparar fisicamente, é importante estar afiado emocionamente. “Vou fazer o Lula da maior maneira possível, mas eu sou o personagem. Para mim, o que pega é o interno”.

FONTE-JC

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