Enquanto lideranças do PT de Pernambuco ainda cogitam lançar candidato próprio na eleição para o governo do Estado, a cúpula nacional do partido – com o decisivo apoio do ex-presidente Lula – deu um novo e forte aviso em favor da coligação com o senador Armando Monteiro Neto (PTB), cuja postulação já é certa e apoiará a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT).
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O recado foi dado pelo presidente nacional do partido, Rui Falcão, em reunião na noite da segunda-feira (13), em São Paulo, com o deputado federal João Paulo (PT). O ex-prefeito do Recife é o petista mais lembrado para entrar na disputa pelo Palácio das Princesas, embora repita que, hoje, seu objetivo é tentar se reeleger à Câmara.
Petistas locais argumentam que o lançamento de duas candidaturas da oposição pode forçar um segundo turno contra o postulante a ser lançado pelo governador Eduardo Campos (PSB) - na semana passada, ganharam força os nomes dos secretários socialistas Paulo Câmara (Fazenda) e Tadeu Alencar (Casa Civil).
A direção nacional, entretanto, entende que estar unido já no primeiro turno fortalece o palanque da presidente Dilma Rousseff, cuja reeleição é a prioridade da legenda. O PT teria espaço na majoritária.
“Se depender dele (Rui Falcão) e do PT nacional, de Lula, a gente faz composição com Armando Monteiro. Lógico que isso vai ser combinado com o PT de Pernambuco. Vamos construir uma posição que seja confortável para o PT local e nacional. Não vamos construir uma área de conflito”, disse João Paulo, ao comentar, nessa terça-feira, o encontro com o dirigente da nacional.
Em São Paulo - onde deve ficar esta sexta-feira (17) -, o deputado federal também conversou com outras lideranças nacionais, como Francisco Rocha, Rochinha, coordenador da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), uma das mais fortes da legenda.
O parlamentar afirma que está “divido” sobre os rumos eleitorais que o partido deve tomar em Pernambuco. “As duas teses têm muita verdade”. Nas conversas com os dirigentes, João Paulo se colocou, num velho chavão político, como “um soldado” do partido, se apresentando disposto à missão que lhe for designada.
Além de fortalecer o palanque de reeleição de Dilma, a opção da coligação com Armando Monteiro é apresentada como mais viável por alguns petistas locais que questionam se o partido está pronto para lançar um nome próprio. Em 2012, sem consenso e acumulando uma série de desgastes públicos, o partido apostou na candidatura do senador Humberto Costa para a Prefeitura do Recife e amargou a terceira colocação, tendo perdido a hegemonia de 12 anos no poder. A aparente reunificação da sigla só ocorreu no fim do ano passado, com um acordo entre os grupos adversários no Processo de Eleição Direta (PED), que elegeu o novo diretório estadual.
Desde o ano passado, Armando desenvolve um canal de diálogo direto com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Em uma das conversas, em novembro, o senador ouviu do petista que ele participará ativamente da campanha em Pernambuco, diferente do que ocorreu na última eleição municipal, quando não participou de um ato do então candidato Humberto Costa.
Do Jc OnLine
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