Após ter sofrido com a falta de álcool e até de gasolina nas bombas de diversos postos de combustível do Recife há dois meses e assistir, desde então, o preço do derivado de cana-de-açúcar atingir patamares que tiram sua atratividade para os proprietários de veículos bicombustíveis, enfim, o consumidor recifense recebe uma boa notícia: usinas do Estado da Paraíba e da Zona da Mata Norte de Pernambuco já iniciaram a moagem da safra 2008/2009 e a expectativa do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Estado de Pernambuco (Sindicombustíveis-PE) é que daqui a 30 dias o preço nas bombas caia até R$ 0,10. Apesar das distribuidoras já estarem adquirindo álcool da Paraíba, o diretor do Sindicombustíveis, Wladimir Figuêiredo, explica que grande parte ainda vêm do Sudeste do País, o que impossibilita uma redução imediata no preço, tendo em vista que o custo com a logística ainda é o principal vilão na época de entressafra. No entanto, a expectativa positiva não apaga a mancha deixada pelas crises sofridas nos últimos meses. O presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar), Renato Cunha, alerta para a necessidade de uma mudança de postura das distribuidoras quanto à sistemática de compra dos produtos. As empresas, explica Cunha, ainda preferem ir comprando a medida que o produto começa a dar sinais de escassez, não investindo em estoques próprios. Por causa disso e também por problemas de transporte e climáticos que atrasaram moagens no Sudeste, no final do mês de junho faltou o produto no Recife. O problema poderia ser minimizado se houvessem estoques próprios, conforme apontou a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A expectativa para a safra 2008/2009 é que sejam produzidos 570 milhões de litros de álcool pelas usinas pernambucanas, um aumento de mais de 10% em relação a 2007/2008, quando foram gerados 511 milhões de litros. De acordo com o presidente do Sindaçúcar, essa quantidade é mais do que suficiente para suprir a demanda local. “No Norte e Nordeste foram consumidos, em julho deste ano, 115,10 mil litros de álcool, enquanto que no mesmo mês de 2007 esse número foi de 60,2 mil litros. Mesmo com esse aumento, a próxima safra, descontados 17% que deverão ser destinados à exportação, é capaz de abastecer a demanda local por até 16 meses”, informou.
Felipe Lima
falima@jc.com.br
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