Dois dias após a divulgação de uma pesquisa do Datafolha que apontava uma queda de 4% das suas intenções de voto à Presidência da República, o governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) disse que, a um ano das eleições, o que se deve procurar ver nos levantamentos é uma tendência daquilo que a população brasileira quer para a disputa; e esse desejo não seria favorável à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT). "As pesquisas continuam a dizer exatamente a mesma coisa: que há um forte desejo de mudança. Nunca [foi] visto a um ano da eleição, 66% da população desejando mudança", afirmou.
Desconhecido de boa parte do eleitorado brasileiro, principalmente fora do Nordeste, o governador chegou a usar o próprio desconhecimento para justificar sua pontuação nas pesquisas. De acordo com o Datafolha, 11% dos brasileiros votariam em Campos se as eleições fossem hoje, ao contrário dos 15% que ele marcava em outubro. "Como você simula nomes, e nomes desconhecidos nacionalmente, com taxas que variam de 25 a 50 por cento da população que conhece, naturalmente, a leitura mais correta das pesquisas a essa altura é uma leitura dos ventos, de qual é o sentido da eleição", defendeu.
A leitura dos ventos feita por Eduardo Campos não parece ser muito favorável para o projeto de reeleição da presidente Dilma. "Na última eleição, em 2010, a essa altura, 75% da população queria continuidade. Então, agora, você inverteu exatamente o sentido da seta, o sentido do vento", disse sobre o cenário de 2010.
Aparentemente confiante, o governador não se abala nem com o aparente crescimento da adversária. Entre a última pesquisa do Datafolha e a atual, a petista passou de 42% para 47% no cenário mais provável, em que disputa com Eduardo e com o senador mineiro Aécio Neves (PSDB). "Se você for ver todas as eleições, há um ano, tinha alguém na frente que não ganhou a eleição. Todas, não foi uma só não. Aqui em Recife, você viu isso. No Brasil, a essa altura, quem tinha 40 [por cento das intenções de voto] em 2010 era o Serra", justificou.
O governador ainda aproveitou para demonstrar que não acha que o projeto presidencial do PSB está caminhando lentamente. "A gente está numa construção programática, que é um tempo dela. Não é o tempo da construção eleitoral. É um tempo de discutir os problemas brasileiros, de ver o caminho das soluções", defendeu.
Do Blog de Jamildo
Nenhum comentário:
Postar um comentário