ARARIPINA

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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

SÃO RAIMUNDO NONATO - PADROEIRO DA COMUNIDADE DA SERRA DA BOA VISTA

No último dia 31 de agosto, dia de São Raimundo Nonato, comemorou-se o encerramento do primeiro novenário alusivo aos festejos religiosos em homenagem ao Padroeiro dos Moradores da Comunidade da Serra da Boa Vista, e que, inclusive, me fiz presente ao evento religioso, por sinal muito agradável, e contou com a presença de vários moradores da região e também de outras comunidades vizinhas, que foram lá prestigiar a festa religiosa, coordenada pelos moradores, já em foco o objetivo de construir uma Capela, com tudo presidido pelo jovem e dinâmico Padre Cícero, da Igreja de Nossa Senhora das Dores, do Alto da Boa Vista.

Por esta razão, eu acho que nós Araripinenses, a exemplo dos moradores da Serra da Boa Vista, precisamos conhecer um pouco da História de São Raimundo Nonato, já que ele foi o Santo escolhido para Padroeiro dos Moradores de uma de nossas comunidades, e de cuja história, por ocasião do evento, o Padre Cícero fez uma pequena explanação para os presentes. 

Eu tenho um pequeno conhecimento da História de São Raimundo Nonato, pela semelhança com um caso, também real, e de extrema violência, que aconteceu em Fortaleza, há mais ou menos 5 anos, que envolveu um líder comunitário, que não aceitava e denunciava constantemente o comportamento dos criminosos, dos delinquentes do bairro, a ponto de ser assassinado, e seu corpo foi encontrado com os lábios perfurados e a boca trancada com um cadeado, fato este que eu tomei conhecimento detalhado por intermédio de um amigo, que é o pai da delegada que presidiu o inquérito sobre o acontecimento.

SÃO RAIMUNDO NONATO veio a este mundo no ano de 1.200, em Portel, na Espanha, e já surgiu líder, não nasceu! (No nato), eis a origem da alcunha de Nonato “Não nascido”. Foi extraído vivo do ventre de sua mãe, já morta, em trabalho de parto antes de dar-lhe à luz, ou seja, não nasceu de uma mãe viva, mas foi retirado de seu útero, algo raríssimo na época.

Quando São Pedro Nolasco, a 10 de agosto de 1218, dava início à Ordem de Nossa Senhora das Mercês para a redenção dos escravos, com rito solene na Catedral de Barcelona, da qual era cônego o amigo e conselheiro Raimundo de Penafort, entre os fiéis estava também o moço de dezoito anos, Raimundo, chamado Nonato porque foi extraído do corpo da mãe morta no parto. Filho de família pobre, ele vestiu o hábito dos mercedários, e em 1224, aos 24 anos de idade, seguindo o exemplo do fundador da ordem, se dedicou à libertação dos escravos da Espanha, ao resgate dos cristãos capturados pelos muçulmanos e levados para prisões na Argélia, e à pregação no meio deles para manter viva a fé cristã. No ano de 1226 chegou até a Argélia e entregou-se como escravo, a fim de consolar e animar, pela fé, os prisioneiros e trabalhar pela sua libertação.

Capturado e preso na Argélia por vários meses, converteu presos e guardas, e como refém era submetido a reiteradas e cruéis malvadezas, mas continuava pregando o evangelho e seus perseguidores chegaram ao ponto de furarem, a ferro quente, seus lábios e trancarem sua boca com um cadeado, tentando impedir que ele continuasse denunciando as injustiças, mas mesmo assim não se calou. Criou maneiras alternativas e liderou o movimento e denúncias até a libertação dos escravos, o que lhe rendeu a homenagem pública por tão grandes virtudes, do Papa Gregório IX, conferindo-lhe em 1239 a dignidade Cardinalícia, a mais alta comenda da Igreja Católica, e convocando-o como conselheiro.

Pouco tempo depois, uma febre violentíssima o atingiu e ele morreu exatamente no dia 31 de agosto de 1240 em Cardona, perto de Barcelona, e foi sepultado na Igreja de São Nicolau. Por isso é festejado, o dia 31 de agosto, como o dia de São Raimundo Nonato.

Pela sua difícil vinda à luz do mundo, São Raimundo Nonato é intitulado como o patrono e protetor das parturientes e das parteiras.

Eis aí também a origem da sabedoria popular que diz: “Não adianta tentar calar a voz dos verdadeiros líderes porque até as pedras falam por eles”.

Autor - Sebastião Arrais de Araújo

Fonte de pesquisa e estudo - Enciclopédia Wikipédia.

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