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quinta-feira, 28 de agosto de 2008

AÇÃO CONTRA DESMATAMENTO - CARVOARIAS SÃO DESTRUÍDAS NO SERTÃO

SERRA TALHADA – Fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), com o apoio de 50 homens das Polícias Federal (PF), Rodoviária Federal (PRF) e Militar (PM), destruíram, nesta quarta dia 27/08/08, 79 carvoarias ilegais localizadas em fazendas de quatro municípios do Sertão de Pernambuco. Na ação denominada Operação Vesúvio, comandada pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, foram apreendidos três caminhões com cerca de mil sacos de carvão em cada um, provenientes de desmatamento ilegal da caatinga.
Até amanhã, serão desativados os cerca de 200 fornos que existem em Serra Talhada, Custódia, Ibimirim e Salgueiro. Na primeira fase, foram destruídos os fornos existentes na Fazenda Carnaúbas, em Serra Talhada, de propriedade da família Pereira de Menezes. Um funcionário que estava no local acabou sendo detido pelos agentes federais. A estimativa dos fiscais do Ibama é de que, para cada fornada de carvão, aproximadamente 15 árvores da caatinga foram derrubadas. Com isso, os donos das carvoarias faturavam cerca de R$ 300 mil por mês. De acordo com os cálculos do Ibama, em dois dias de trabalho esses fornos removem cerca de 4 mil árvores. Os proprietários das áreas vão responder a inquérito por crime ambiental, serão multados e obrigados a recompor a mata nativa. Segundo o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, o carvão era vendido para siderúrgicas localizadas na Região Sudeste. Empresas de Minas Gerais e do Espírito Santo compravam esse produto extraído ilegalmente da caatinga. “O desmonte é resultado de uma ação de inteligência entre o Ibama e a Polícia Federal”, disse Minc. O ministro afirmou que os proprietários das carvoarias usavam sacos de outro tipo de madeira (algaroba) para disfarçar o transporte ilegal de espécies nativas, como jurema preta e ingazeira. Das várias propriedades que foram investigadas, apenas uma tinha licença de operação. Minc lembrou que cerca de 30% da caatinga já foram desmatados, sendo que 20% apenas nos últimos dez anos. “O Nordeste não pode virar deserto. A caatinga não pode virar carvão”, disse o ministro, alertando para os riscos do desmatamento ilegal. Para contornar esse quadro, Minc defendeu o manejo sustentável da vegetação regional, com o cultivo, por exemplo, da algaroba, espécie que se adapta bem no Nordeste, se reproduz facilmente e é boa para produção de carvão. O ministro citou o exemplo do Pólo Gesseiro de Pernambuco, onde 100 empresas terminaram sendo autuadas por usar carvão ilegal, sendo que 60 delas conseguiram se adequar às regras ambientais. As outras 40 foram embargadas. As 60 que se enquadraram passaram a usar, em seu fornos, lenha proveniente de algarobas e de podas de árvores frutíferas, como cajueiros. Carlos Minc lembrou que pelo menos 10 milhões de hectares do Nordeste já foram desmatados, especialmente nos Estados do Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte. “Ações como a de hoje (ontem) e a realizada no Maranhão pelo Ibama, também esta semana, servem como preventivo para evitar que Pernambuco e Maranhão entrem na lista dos maiores desmatadores”, acrescentou.

FONTE JC

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