O corretor de imóveis, Jamerson Henrique, mora em Jaboatão dos Guararapes, na região metropolitana. Ele conhece muita gente que pegou Covid-19 nos primeiros meses da pandemia. “Eu tive vários amigos e familiares que foram infectados e com o lockdown fomos conscientizados e entendemos que o vírus é real e mata e está presente no meio de todos nós. Hoje eu vejo pessoas conscientizadas, as pessoas do meu bairro utilizam máscaras e vemos aqueles também que não utilizam, mas estes são a minoria”, disse o corretor.
A realidade que Jamesson vê no bairro dele é comprovada pelos números da taxa de infecção do novo Coronavírus em Pernambuco, divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde. No mais recente relatório epidemiológico, o índice, que precisa estar abaixo de 1, foi de 0,78 na Gerência Regional que engloba o Recife. Isso significa que cada vez menos pessoas estão sendo contaminadas. O epidemiologista da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Jones Albuquerque, explica como é medida a taxa de contágio acontece.
“A taxa de contágio é medida na epidemia por alguns parâmetros. Um deles é o número de infectados. Outro é o número de óbitos e o número de pacientes ativos. Como é que essa taxa funciona? Ela é igual à velocidade em carros. Dois carros a 100 km/hora têm a mesma velocidade. Mas se um deles está mais acelerado, a gente tem a chance de alcançar a velocidade maior. É como se fosse a aceleração da epidemia”, explicou o epidemiologista.
O problema é que, enquanto na região metropolitana do Recife, a taxa de contágio está controlada, em Petrolina ela disparou. Segundo o levantando da Secretaria Estadual de Saúde, a Regional, que também engloba Dormentes, Afrânio, Lagoa Grande, Santa Maria da Boa Vista, Orocó e Cabrobó, teve o maior índice de contaminação registrado em Pernambuco. O gráfico da semana epidemiológica 31 mostra que, na Regional, a taxa é de 1,54, muito acima da media aceitável, que precisa sempre estar abaixo de 1. Somente no mês de julho, Petrolina registrou 1.958 novos casos de covid-19.
“Isso significa que o vírus está em uma rapidez muito alta na população. Isso impactará em toda a rede hospitalar e médica. A gente pode tentar evitar que vírus ande. A gente evita isso se distanciando, deixando espaço para o vírus passar. E quanto menos a gente se mexer na cidade de um lugar para o outro, pegar nas coisas, melhor. Ou seja, quanto mais isolamento e mais distanciamento, melhor é para o vírus passar pela população e não ser carregado pelos indivíduos. E essas são as únicas medidas que a gente tem, porque não temos vacina nem nenhuma droga eficazmente provada. Então é máscara, distanciamento social e isolamento social”, disse Jones Albuquerque.
Fonte - G1 Petrolina
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