No vácuo da retirada da pauta de votação do Supremo Tribunal Federal (STF) das Ações Direta de Inconstitucionalidade (ADIs)que tratam do tabelamento do frete, caminhoneiros autônomos ameaçam uma nova paralisação geral. O ato paredista está marcado para acontecer na próxima quarta, dia em que deveria ser julgado pela corte suprema as ADIs. Entidades que representam oficialmente a categoria, no entanto, negam o movimento.
“Não precisamos de aval de sindicato, uma vez que poucos são os caminhoneiros autônomos que são sindicalizados, embora alguns sindicatos apoiem a nossa paralisação na quarta. Vamos fechar todas as vias de acesso ao estado”, garante Marconi França, que tem liderado de forma independente o movimento. Segundo ele afirma, a mobilização será geral. “Posso garantir que motoristas dos 26 estados mais o Distrito Federal vão aderir à parada”, diz França. De acordo com ele, a motivação da parada não diz respeito à suspensão do julgamento, mas ao não cumprimento da promessa feita no dia 23 de julho pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas. “O ministro prometeu que no prazo máximo de 30 dias seria implantado o Ciot (Código Identificador da Operação de Transporte) para todos, mas até agora, nada”, revela o caminhoneiro.
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A reportagem entrou em contato com o presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas do Estado de Pernambuco (Sintracape), Wilton Neri, que não confirma a paralisação. “Até o momento, a nossa confederação não se manifestou. Se existir alguma parada na quarta, deverá ser pontual, nada articulado”, garante o sindicalista. De acordo com Confederação Nacional dos Caminhoneiros Autônomos (CNTA), a decisão de uma paralisação legal deve ser tomada por decisão exclusiva da categoria em suas bases sindicais, por meio das entidades constituídas para representá-los mediante à convocação de uma assembleia geral.
A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), que representa os interesses de, aproximadamente, 600 mil caminhoneiros autônomos em todo o país, diz estar acompanhado de perto as discussões vigentes nos órgãos superiores. “Reconhecemos a importância de discutir a tabela de frete buscando soluções viáveis a todos, contudo não nos posicionaremos por ora. Estamos nos empenhando em criar soluções práticas para a categoria, de forma que facilite o contato entre embarcadores e caminhoneiros, aumentado a oferta de fretes. Não mediremos esforços para garantir melhores condições de trabalho para a categoria, seja com a criação de novas políticas ou renovação das já existentes” finaliza nota enviada pela associação.
Procurados pela reportagem, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e o ministério da Infraestrutura não se posicionaram sobre o assunto até o fechamento desta edição.
Fonte - Folha de Pernambuco
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