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quarta-feira, 1 de outubro de 2014

ARTIGO - MELHOR IDADE, POR QUE NÃO? - PAIVA NETTO

Celebramos em 1º de outubro o Dia Internacional da Terceira Idade. Aliás, a data deve mesmo ser considerada como a da melhor idade. Naturalmente, que fortalecida por bons hábitos durante os anos. 

EmEclesiastes, 12:1, 6 e 7, temos estaadvertência: “Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os dias difíceis, e cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento. Antes que se rompa o cordão de prata, e se quebre o copo de ouro, e se despedace o cântaro junto à fonte, e se quebre a roda junto ao poço,e o pó volte à terra, como o era, e o Espírito volte a Deus, que o deu”.

O rei Salomão ilustra, de forma pedagógica, a eternidade da Vida, incentivando o bom cuidado com o corpo material, pois virá o dia em que a Alma retornará ao mundo extrafísico e levará com ela o resultado de suas práticas na Terra. 

Durante entrevista ao sociólogo e professor Daniel Guimarães, no programa “Sociedade Solidária”, da Boa Vontade TV, o dr. Fernando Bignardi, coordenador do Centro de Estudos do Envelhecimento da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp),falou-nos sobre o aumento da expectativa de vida no mundo, fato que no Brasil ocorre de forma acelerada: “O fenômeno de ganhar 20 ou, em algumas situações, até 30 anos de vida, na Europa aconteceu ao longo de 100 anos; no Brasil, em menos de 30. O que significa que a nossa sociedade, em todos os seus níveis, não teve a oportunidade de se preparar para isso. Do ponto de vista prático, costumo dizer que a Humanidade precisou de vários séculos para aprender a manter bebês vivos. Quando eu era aluno de Medicina, nos anos 1970, o grande problema era a mortalidade infantil. Hoje não é mais um problema. Longe disso”.

Segundo ele, o desafio está em conscientizar todos para o período da idade avançada, quando se fica mais suscetívela várias doenças. Se agirmos antes, essa vulnerabilidade pode ser menor. 

Em uma pesquisa feita no referido Centro de Estudos, ao longo dos últimos 20 anos, o especialista relatou que eles acompanharam 1.700 idosos recenseados na Vila Clementino, em São Paulo. A principal constatação foi que envelhece bem o idoso que é capaz de manter a capacidade funcional. Isso não ocorre quando surgem doenças crônicas, como hipertensão arterial e diabetes. Contudo, a pessoa pode se prevenir, primeiro revendo seu estilo de vida. E o médicoesclareceu: “Um modelo exclusivamente mecânico ou biológico não era suficiente para estudar o envelhecimento. A gente precisou adotar um modelo quântico que reconhece o ser humano na sua multidimensionalidade, tanto física quanto metabólica, vital, mental e supramental ou espiritual”. 

Agora a conclusão:“Percebemos, especialmente na maturidade, como é importante a atividade espiritual do idoso, dar a ele oportunidade de se reconectar com essa esfera espiritual!Aliás, um recurso bastante estudado e reconhecido pela neurociência é o da meditação”.

Odr.Fernando Bignardiainda comentou: “A gente chegou a fazer ensaios clínicos utilizando a meditação como única intervenção diferente e observamos que o idoso que medita é capaz de deixar de ter doenças crônicas. E isso não acontece de maneira mágica, mas à medida que uma série de eventos cascateiamdesde a dimensão espiritual. Então, a esfera mental sofre uma transformação. A pessoa muda de atitude mental, de postura física; muda a qualidade do sono, da respiração, as escolhas alimentares espontaneamente mudam. Foi um achado que causou grandesurpresa”.

Eis aí. Por sinal, tenho lhes dito que, quando se ora, a Alma respira, fertilizando a existência humana. Fazer prece (sinônimo de meditar) é essencial para desanuviar o horizonte do coração.

José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor. 

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