Até a segunda quinzena de setembro, auge da campanha eleitoral, 8 mil pernambucanos ligados ao Bolsa-Família começarão a receber capacitação em construção civil e ajuda de custo de cerca de R$ 600 para freqüentar as aulas. Hoje e amanhã, representantes do governo federal divulgarão no Recife o Plano Setorial de Qualificação (Planseq Bolsa-Família) para 67 lideranças locais de comunidades, prefeituras e Estado. Para especialistas, abriu-se a primeira porta de saída para o Bolsa-Família, mas também dá margem para interpretação de que se trata de medida eleitoreira. No País, serão 135 mil beneficiados pelo Planseq, em 240 municípios, num investimento de R$ 145 milhões. Segundo o assessor da Secretaria Nacional de Assistência Social do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), José Ferreira da Crus, o projeto é uma parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e a Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil, com a reserva de 45% de postos de trabalho gerados pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para beneficiários do Bolsa-Família. De 11,2 milhões de famílias no Bolsa-Família, o governo pré-selecionou 1,4 milhão para receber cartas, no período de 15 de agosto a 15 de setembro, detalhando o programa e solicitando a indicação de um familiar para cadastro no Sistema Nacional de Emprego (Sine), do MTE. O candidato deve ser maior de 18 anos e ter concluído a 4ª série do ensino fundamental – 30% das vagas serão para mulheres. Além disso, o limite de participação no programa é de uma pessoa por família, esta última listada conforme o Índice de Desenvolvimento da Família, que avalia a qualidade vida, entre outros aspectos. As aulas serão iniciadas após o dia 15 de setembro, segundo Crus. Haverá aulas no Recife, Abreu e Lima, Araçoiaba, Cabo de Santo Agostinho, Camaragibe, Igarassu, Ilha de Itamaracá, Ipojuca, Itapissuma, Jaboatão do Guararapes, Moreno, Olinda, Paulista e São Lourenço da Mata. Para o cientista político e professor da UFPE Eli Ferreira, há duas leituras da iniciativa. “Esse Planseq pode evitar que quem recebe o Bolsa-Família passe a vida inteira recebendo ajuda do governo, o que prolongaria nossa tradição patrimonialista. Agora, como o PAC não é novo e a medida vem em período eleitoral, cria condições para a oposição criticar a intenção da qualificação e dizer que o Bolsa-Família não melhorou a situação dos beneficiários”, comenta Eli.
FONTE-JC
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