O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta sexta-feira (8) que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não se preocupa em baratear o preço da gasolina e que “não era necessário” novo reajuste de 7% anunciado hoje. O petista disse que isso só prova que o presidente não tem pulso para controlar os preços. “Sabe aqueles caras que batem a mão na mesa e diz ‘eu falo, eu faço, eu xingo?’, mas na verdade ele tá dando a demonstração de que é totalmente incompetente para governar esse país”, disse.
Lula ainda avaliou que Bolsonaro está como um “biruta de aeroporto”, que procura notícias boas, contudo, são todas mentiras. “Não consegue controlar o preço da carne, do frango, preço do açúcar, tomate, e agora tá dizendo que vai ter desabastecimento. Ele é totalmente fora de controle”, pontuou.
Ao ser questionado sobre o caso dos offshores de Paulo Guedes, Lula disse que é necessário uma boa investigação e apuração, pois ele já foi “vítima de acusações". “Eu sei qual o preço de carregar denúncias falsas contra você e, até o Bolsonaro, deve ter a chance de se explicar. Quero que ele prove que é inocente na morte de 600 mil de brasileiros também”, afirmou.
Sobre a questão econômica, o petista afirmou que “só podia acreditar no [Paulo] Guedes como economista quem queria destruir o estado brasileiro”. De acordo com Lula, apenas quem estava interessado em vender as estatais apoiou o ministro. “Ele [Guedes] já deu a demonstração que pobre não existe na vida dele, trabalhador não existe na vida dele”, enfatizou.
Chama o Meirelles
Ao ser questionado sobre um conselheiro econômico para o período de campanha, e se este nome seria o de Henrique Meirelles, o ex-presidente disse que tem uma boa relação com o ex-ministro, que foi uma pessoa importante no governo petista, contudo, não precisa de um conselheiro. “Eu digo sempre que economia tem duas coisas: primeiro você tem que ter credibilidade. As pessoas que estão te ouvindo precisam acreditar naquilo que você está falando, e segundo as pessoas têm que saber que não vão ser pegas de calças curtas”, afirmou.
Apesar da negativa, Lula afirmou que já tem um nome para o Ministério da Economia se for presidente. Contudo, a ideia é criar um conselho de desenvolvimento econômico e social. “Vai ter sindicalista, vai ter negro, vai ter branco, evangélico, católico, vai ter todo mundo. Porque o país não é meu. Eu quero que a sociedade me ajude a fazer um país melhor. A questão econômica a gente resolve quando mostrar seriedade”, afirmou.
Por Cristiano Noberto - Correio Braziliense
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