O lixo eletrônico tem se mostrado um problema grave e crescente para o meio ambiente e para a saúde humana, pensando nessa real e perigosa situação a ONG Patrulha Ambiental que já vem desenvolvendo um trabalho de recolhimento de pilhas e baterias de aparelhos celulares, onde já entregou em pontos de reciclagem desses materiais perigosos, mais de 100 kg, busca parceiros para realizar a campanha, “Mais saúde, menos lixo eletrônico”, que será implantada após confirmação dos apoiadores.
Seguem os locais onde estão os coletores das pilhas e baterias na cidade de Araripina: Centro Educacional do Araripe (CEA), Rádio Arari FM, Ministério Público Estadual, Prefeitura Municipal de Araripina, Agência Municipal de Meio Ambiente, Escola Técnica Estadual Pedro Muniz Falcão, ONG Chapada e Artesa. Serão instalados coletores em outros locais, que posteriormente haverá divulgação.
Foi realizado contato com os Secretários de Meio Ambiente das seguintes cidades: Luciano Lira, Ipubi – PE, o senhor José Cícero, conhecido como Gerus, Trindade – PE, e Rubeni Cunha, de Araripina - PE, que ficaram de responder a coordenação da Patrulha Ambiental, sobre a questão de apoiar (caso de Araripina) ou realizar campanha similar em suas respectivas cidades.
Lixo eletrônico, Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos (REEE) ou e-lixo são termos utilizados para se referir a todos os equipamentos elétricos e eletrônicos, suas partes e acessórios que foram descartados por seus proprietários, sem a intenção de reutilizá-los. As tecnologias do mundo moderno possibilitam que novos aparelhos sejam lançados e novas tendências surjam rapidamente no mercado, em um processo planejado que leva o consumidor a substituir seus equipamentos eletrônicos sem necessidade, gerando um volume cada vez maior de lixo eletrônico.
Esse fenômeno, chamado de obsolescência programada, contribui significativamente para o aumento do lixo eletrônico, que pode causar diversos impactos ambientais e para a saúde humana se descartado de maneira incorreta. De acordo com o relatório The Global E-Waste Monitor, produzido pela ONU em 2017, o Brasil produz em média 1,5 milhão de toneladas de lixo eletrônico por ano. No mundo, foram gerados o equivalente a 4,5 mil Torres Eiffel de lixo eletrônico (44,7 milhões de toneladas) nesse mesmo ano. Até 2021, a previsão é que esse número suba para 52,2 milhões de toneladas por ano.
Os equipamentos elétricos e eletrônicos possuem diversos componentes tóxicos em suas estruturas. Se descartados de maneira incorreta, esses resíduos tóxicos podem contaminar o solo e os lençóis freáticos, colocando em risco a saúde pública. Segundo o Centro de Tecnologia Mineral (CETEM), cerca de 70% dos metais pesados encontrados em lixões e aterros sanitários controlados são provenientes de equipamentos eletrônicos descartados incorretamente.
Abaixo, encontram-se algumas substâncias que constituem os equipamentos eletrônicos e que podem causar algum risco para o ser humano: Alumínio, antimônio, arsênio, berílio, bismuto, cádmio, chumbo, cobalto, cobre, estanho, ferro, mercúrio, níquel, selênio, zinco entre outras não menos prejudiciais. Vale ressaltar que dentro de equipamentos eletroeletrônicos jogados no lixo são encontradas matérias-primas preciosas, como ouro, prata, paládio, cobre e alumínio. Isso significa que a extração desses metais pode ser evitada ao reciclar ou reaproveitar esses produtos.
Desde 2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) procura organizar a forma como o setor público e privado devem tratar os resíduos. A lei trata de todos os materiais que podem ser reciclados ou reaproveitados, sejam eles domésticos ou industriais. A PNRS indica que a responsabilidade pela logística reversa de alguns produtos, dentre eles, os eletroeletrônicos, pilhas e baterias deve ser dos fabricantes, importadores, comerciantes e distribuidores. Porém, só é possível começar esse processo com a participação efetiva dos consumidores, que precisam se comprometer a descartar seus produtos fora de uso em locais adequados, que permitam sua coleta e reciclagem adequadas.
Ainda segundo a lei brasileira, a responsabilidade pelo ciclo de vida dos produtos é compartilhada. Logo, todos somos parte deste processo. Cabe ao consumidor entregar os eletrônicos que deseja descartar em locais adequados, que não o lixo comum. Tais locais deverão ser criados e disponibilizados pelo setor produtivo. Os comerciantes e distribuidores são responsáveis por receber estes equipamentos e entregar aos fabricantes e importadores, que, por fim, são responsáveis por assegurar a destinação final ambientalmente adequada a estes equipamentos, como a reciclagem, por exemplo.
Imagens: Google
Fotos: Patrulha Ambiental
Foto: Programa de Pós Graduação em Ensino de Ciências (PPGEC) da Universidade Estadual de Roraima. Mestranda. Marilene Kreutz de Oliveira
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