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domingo, 26 de agosto de 2018

ÁLCOOL - ESTUDO ALERTA PARA RISCO DE INGESTÃO DE ATÉ MESMO UMA TAÇA DE VINHO POR DIA

Beber, mesmo que seja apenas uma taça de vinho ou um copo de cerveja por dia, é um risco para a saúde, segundo um amplo estudo sobre a frequência e o impacto do consumo de álcool, responsável por 2,8 milhões de mortes por ano no mundo. Uma em cada três pessoas que consomem álcool morre por ano em decorrência de problemas de saúde relacionados à bebida. Desses, 2,2% são mulheres e 6,8%, homens, segundo um estudo que advoga pelo "zero álcool".

O mundo conta com 2,4 bilhões de bebedores, 63% deles homens. O estudo, publicado na última sexta-feira pela revista médica The Lancet, avalia os níveis de consumo de álcool e seus efeitos na saúde em 195 países entre 1990 e 2016. O álcoolcausou 2,8 milhões de mortes em 2016, assinala a pesquisa.

Em 2016, o consumo de álcool era o sétimo fator de risco demorte prematura e de invalidez no mundo, e a principal causa de morte entre as pessoas com entre 15 e 49 anos (acidentes em estrada, suicídios, tuberculose). As bebidas alcoólicas estão relacionadas com uma em cada 10 mortes desta faixa etária. A partir dos 50 anos, o câncer representa a principal causa de mortes associadas ao álcool.

Beber um copo por dia durante um ano aumenta em 0,5% - entre as pessoas de 15 a 95 anos - o risco de sofrer um dos 23 problemas relacionados com o álcool: câncer, doenças cardiovasculares, AVC (acidente vascular cerebral), cirrose, acidentes, violência, consideram os autores. Isso significa que a taxa de mortalidade no mundo aumenta em 100 mil casos por ano por um copo por dia, detalha a médica Emmanuela Gakidou, do Instituto de Metrologia e Avaliação da Saúde (IHME, Universidade de Washington), coautora do estudo.

"Os riscos para a saúde associados ao álcool são enormes", assegura. Segundo Gakidou, esses resultados reforçam outras pesquisas recentes, que destacaram "correlações claras e convincentes entre o consumo de álcool e a morte prematura, o câncer e os problemas cardiovasculares".

Em comparação com a abstinência, o consumo diário de uma "dose padrão" - 10 gramas de álcool, o que equivale a um copo de vinho, uma dose de bebidas destiladas ou a uma garrafa pequena de cerveja - aumenta em 0,5% as chances da ocorrência de ao menos um entre mais de duas dezenas de problemas de saúde.

A princípio, pode parecer pouca coisa: a cada 100 mil pessoas que não consomem álcool, 914 desenvolvem um dos males relacionados à bebida, como câncer. No caso dos que consomem bebidas alcoólicas uma vez ao dia, 918 pessoas a cada 100 mil podem apresentar problemas de saúde.

"Entretanto, em nível global, o risco adicional de 0,5% entre os consumidores [de álcool uma vez ao dia] corresponde a cerca de 100 mil mortes adicionais por ano", afirma Emmanuela Gakidou. "São mortes que poderiam ser evitadas." "O mito de que um ou dois copos por dia é bom é apenas um mito", aponta. Somente o "álcool zero" minimiza o risco global de doenças, ressalta.

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Os bebedores

Entre os homens, o consumo de álcool em 2016 foi mais difundido entre os dinamarqueses (97% bebem), seguidos dos noruegueses, argentinos, alemães e poloneses (94%). No caso das mulheres, a liderança também é da Dinamarca (95%), seguida da Noruega (91%), Alemanha e Argentina (90%) e Nova Zelândia (89%).

Os maiores bebedores, porém, se encontram em outros países. Os homens romenos consomem em média oito doses diárias, seguidos dos portugueses, lituanos e ucranianos, com sete unidades por dia.

Entre as mulheres, as ucranianas consomem diariamente uma média de quatro doses, enquanto em Andorra, Luxemburgo, Belarus, Suécia, Dinamarca, Irlanda e Reino Unido a média feminina é de três bebidas.

Os países com maior índice de não bebedores são os de população majoritariamente muçulmana. No Paquistão, por exemplo, apenas 0,8% dos homens consomem álcool.

Da Folha de Pernambuco

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