O agora ex-ministro da Saúde, Nelson Teich, fez seu primeio pronunciamento após deixar o governo na manhã desta sexta-feira (15), menos de um mês após assumir a pasta. Teich não esclareceu os motivos que o levaram a pedir demissão em plena crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, nem respondeu às perguntas da imprensa.
Em seu discurso, Teich agradeceu aos profissionais de saúde, que atuam na linha de frente no combate à pandemia, bem como aos funcionários da pasta que comandou por 28 dias. "A vida é feita de escolhas e eu hoje escolhi sair. Dei o melhor de mim nesse período. Não é coisa simples estar à frente de um ministério como esse nesse período. Agradeço ao meu grande time".
Segundo o ex-ministro, a atuação do ministério vem sendo de colaboração entre estados e municípios para auxiliá-los a lidaram com a crise e a atender pessoas. Ele afirmou ainda que deixa plano para auxiliar prefeitos e governadores a definir próximos passos.
A saída de Teich, acontece após divergências de posicionamentos entre ele e o presidente da República, Jair Bolsonaro. A falta de entendimento sobre o protocolo do uso da hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19 seria uma das principais motivações para o pedido de demissão. Nos bastidores, o então ministro teria dito que não quer manchar a própria trajetória como médico para mudar um protocolo.
Outro ponto de divergência entre Teich e o presidente Bolsonaro foi o isolamento social, recomendado pelo Ministério da Saúde e demais autoridades sanitárias como maneira mais eficaz para a contenção do coronavírus. Na segunda-feira (11), Teich foi surpreendido pela imprensa com a informação de que o presidente teria incluído os serviços de barbearias, salões de beleza e academias como serviços essenciais em meio à pandemia.
Mesmo em meio a essas divergências, Teich agradeuceu ao presidente pela oportunidade de assumir o ministério e falou sobre a importância do sistema público de saúde.
"Agradeço ao presidente Jair Bolsonaro a oportunidade que me deu de ter feito parte do Ministério da Saúde. Seria muito ruim na minha carreira não ter tido a oportunidade de atuar no ministério, pelo SUS. Eu nasci graças ao serviço público, sempre estudei em escola pública, minha faculdade foi pública, minhas residências foram em hospitais federais. Eu fui criado pelo sistema público. Eu não aceitei o convite pelo cargo, eu aceitei porque achava que podia ajudar o Brasil e ajudar as pessoas".
Teich é o segundo ministro da Saúde a deixar o cargo em menos de um mês, em meio à pandemia. No dia 16 de abril, Luís Henrique Mandetta deixou o ministério após embates com o presidente sobre a condução da crise sanitária no país.
Fonte - Diário de Pernambuco
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