No momento em que o voo da Chapecoense se aproximava do pouso em Medellín, outras duas aeronaves, de companhias brasileiras, também chegavam à cidade colombiana. As outras tripulações acabaram ouvindo o diálogo entre os comissários do Avro Regional Jet 85 e a torre de controle do aeroporto onde pousariam.
Segundo a descrição de Juan Upegui, copiloto da Avianca, a tripulação do voo da Lamia pediu prioridade de pouso no Aeroporto Rio Negro por conta de problemas de combustível. “Solicitamos prioridade para proceder, solicitamos prioridade para proceder ao localizador, temos problemas de combustível”, teria dito o piloto da Lamia.
A negativa da torre de controle aconteceu da seguinte forma: “Temos um problema. Temos um avião aterrissando de emergência. Não pode proceder”. De acordo com o profissional da Avianca, no momento em que a controladora indicou que o Avro RJ 85 pousasse na pista 1, a tripulação do Lamia anunciou a pane elétrica e decretou situação de emergência, pedindo auxílio para encontrar o aeroporto.
“Agora temos uma falha elétrica, temos uma total falha elétrica. Nos ajude a achar a pista, nos ajude a achar a pista”, teria dito o piloto, antes de perder totalmente o contato com a torre. De acordo com a testemunha, a controladora tentou contatar o Avro RJ 85 durante algum tempo, sem sucesso. (ouça o relato abaixo)
Ainda no campo das especulações, as causas do acidente são, na verdade, desconhecidas. Diversas hipóteses foram levantadas, sendo a mais forte delas remetendo a uma viagem feita “no limite”. Isso, porque a capacidade máxima de combustível do Avro RJ 85 era para fazer 3.000km diretos, sem imprevistos. Somente o trajeto entre Santa Cruz De La Sierra, na Bolívia, de onde o voo partiu, até Medellín, na Colômbia, destino final, é de 2.985km. Talvez essa conta ajude a resolver uma equação difícil, sobretudo, de aceitar.
No momento da chegada à Colômbia, o Avro RJ 85 precisou esperar a resolução de uma emergência com um Airbus 320 da Viva Colômbia, que seguia para o Caribe, mas fez desviou a rota devido a um vazamento de combustível. Com isso, iniciou o procedimento padrão de espera, circundando a região próxima ao aeroporto. A demora, entretanto, teria consumido todo o combustível da aeronave da Lamia, que, em decorrência disso, pode ter entrado em uma pane seca.
Da Folha de Pernambuco
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