Criado com o objetivo de atuar como um espaço de debates e formulação de soluções duradouras para os períodos de forte estiagem que possam ser aplicadas no estado de Pernambuco e no semiárido brasileiro como um todo, o Fórum Permanente de Convivência Produtiva com as Secas realizou sua primeira reunião do ano na segunda-feira, dia 06, para tratar sobre o tema “Plano de Gestão de Recursos Hídricos do Estado de Pernambuco: agricultura, indústria, cidades e outros usos”.
O encontro foi realizado no Centro de Educação Empresarial do Sebrae em Pernambuco, no Recife, e contou com a participação de José Almir Cirilo, secretário-adjunto de Recursos Hídricos do Estado de Pernambuco e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). “Nós entendemos que esta discussão é extremamente salutar, porque os problemas são comuns e é importante que o setor empresarial esteja atento para as dificuldades e também para a construção das oportunidades”, afirmou o secretário José Almir Cirilo sobre o trabalho desenvolvido pelo Fórum. Além de Almir, o debate teve a participação do secretário de Recursos Hídricos do Estado do Ceará, Ramon Rodrigues.
Graduado em Engenharia Civil pela UFPE, com mestrado e doutorado na mesma área, José Almir Cirilo exerce também a função de secretário-executivo do Conselho de Recursos Hídricos no Governo do Estado e de presidente do Comitê do Fundo de Recursos Hídricos do Ministério de Ciência e Tecnologia no Governo Federal. Representa o Governo de Pernambuco no Comitê da Bacia do Rio São Francisco. Já Ramon Rodrigues é engenheiro agrônomo pela Universidade Federal do Ceará (UFC), com MBA em Administração de Empresas. Foi secretário-executivo da Secretaria de Recursos Hídricos do Ceará por duas vezes e secretário nacional de Infraestrutura Hídrica do Ministério da Integração Nacional.
O Fórum Permanente de Convivência Produtiva com as Secas é um instrumento de debate criado pelo Sebrae em Pernambuco e pela Federação da Agricultura do Estado de Pernambuco (Faepe) no ano de 2014 que congrega especialistas do Brasil e do exterior com o objetivo de discutir a seca como algo passível de solução, a exemplo do que ocorre em países como Estados Unidos, Austrália e Índia. Além do Sebrae/PE e da Faepe, o grupo reúne dirigentes de diversas instituições representativas do empresariado, que atuam no sentido de tornar conhecido os avanços disponíveis em monitoramento, convivência e mitigação de ciclos de secas no estado e em outras regiões afetadas pelo fenômeno.
“Em 2014, tivemos sete reuniões e esta é a primeira de 2015. É uma sequência de informações em que a gente vai da academia ao setor privado e também ao setor público e que tanto nos atualizam sobre como conviver com a seca de forma produtiva e como ajudam na formulação de propostas do empresariado e nas ações das instituições de trabalho, como o Sebrae, o Senar e o Sesi, estimulando a criação de ações proativas dentro dessa discussão”, explicou o conselheiro do Sebrae/PE e presidente da Faepe, Pio Guerra, sobre a importância das discussões promovidas pelo Fórum.
De acordo com informações do Fórum, durante o ano de 2014, entre as experiências relatadas e discutidas, podemos mencionar a situação econômica do semiárido nordestino nas últimas décadas; os projetos implantados no estado do Ceará em termos de convivência com as secas, captação, distribuição e uso de água; o sistema de monitoramento, acompanhamento e mitigação de secas nos Estados Unidos; o que a biotecnologia e o melhoramento genético têm contribuído em termos de desenvolvimento de cultivares para regiões secas e, por último, a situação econômica e social das pequenas propriedades do semiárido comparadas a outras regiões do País.
A importância da iniciativa está no fato de que o Nordeste passa pelo quinto ano seguido de um período seco, que vem trazendo impactos nas atividades econômicas na maioria dos municípios pernambucanos.
FÓRUM – O Fórum Permanente de Convivência Produtiva com as Secas tem o objetivo de servir como um espaço de debates sobre o tema por instituições empresariais para que sejam apresentadas aos formuladores de políticas, governos e à sociedade, soluções duradouras desenvolvidas para a convivência produtiva com os períodos de forte estiagem que possam ser aplicadas em Pernambuco e também no Semiárido brasileiro. “A proposta do fórum se mostrou mais oportuna do que nunca, porque a questão da seca não se extinguiu nesses últimos anos. E aqui, nós tivemos uma percepção de algumas providências que precisam ser tomadas que não tínhamos no passado”, afirmou o presidente da Faepe, Pio Guerra.
ORIGEM – A decisão de criar o Fórum Permanente de Convivência Produtiva com as Secas decorreu da Missão Empresarial Faepe-Sebrae ao México e aos Estados Unidos, realizada em maio de 2013, e que teve como tema “Tecnologia e Políticas Públicas em Regiões Suscetíveis a Seca – México e Estados Unidos da América”. Desde o primeiro encontro, realizado no mês de maio de 2014, foram promovidos debates periódicos com especialistas brasileiros e do exterior, bem como apresentadores e debatedores especializados.
O Fórum Permanente de Convivência Produtiva com as Secas é composto por 13 instituições empresariais: ACP – Associação dos Criadores de Pernambuco, AFCP – Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco, ANAP – Associação Nordestina de Agricultura e Pecuária, AVIPE – Associação Avícola de Pernambuco, FACEP – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado de Pernambuco, FAEPE – Federação da Agricultura do Estado de Pernambuco, FECOMERCIO/PE – Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Pernambuco, FIEPE – Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco, SEBRAE/PE – Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Pernambuco, SENAR-PE – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, SINDAÇÚCAR – Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco e SINDCAPE – Sindicato dos Cultivadores de Cana de Açúcar de Pernambuco.
De Agência
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