Desde Pablo Escobar, que apareceu na lista dos bilionários da revista "Forbes" na primeira edição, em 1987 -e em outros seis números seguidos-, nenhum dos que chegaram a estar entre os dez maiores bilionários havia sido preso até hoje.
Pablo Escobar, líder do Cartel de Medellín, fez fortuna com o tráfico internacional de drogas. Ao listá-lo entre os homens mais ricos do mundo, a publicação americana estimou sua fortuna em US$ 3 bilhões. El Patrón, como era conhecido, foi morto em 2 de dezembro de 1993 pela polícia e Exército colombiano. Ele recebeu seis tiros e morreu um dia depois de fazer 44 anos.
O anúncio de que o empresário Eike Batista era foragido da Justiça e que teve a prisão preventiva decretada na Operação Eficiência colocou o ex-bilionário em situação semelhante à de Pablo Escobar.
Em 2012, Eike Batista era o sétimo homem mais rico do mundo, com uma fortuna estimada em US$ 30 bilhões. No ano seguinte, com perdas expressivas, caiu para a centésima posição no ranking da "Forbes". Em 2014 já estava fora do ranking que lista os 1.645 bilionários do mundo.
Eike desembarcou nesta segunda (30) no aeroporto do Galeão, no Rio. Ele estava em Nova York e foi o principal alvo da Operação Eficiência, deflagrada pela Polícia Federal, na quinta-feira (26).
Além de Eike e Escobar, outros bilionários tiveram problemas nos últimos anos com a Justiça de seus países, mas nenhum do top 10 da revista americana.
Em 2007, o presidente da Hyundai Motor, Chung Mong Koo, 78, foi condenado a três anos de prisão pela Justiça sul-coreana. Ele foi acusado de retirar mais de US$ 100 milhões da montadora e de empresas ligadas ao grupo para uso pessoal e para pagar propinas a políticos. O empresário era o quinto mais rico da Coreia do Sul em 2016 e o número 351 na lista da "Forbes".
Outro sul-coreano que também apareceu na lista dos bilionários e esteve na mira da justiça por mais de dez anos é Chey Tae-won, presidente do conglomerado empresarial SK Corp. Tae won havia sido condenado por irregularidades contábeis, em 2005, mas a Alta Corte de Seul suspendeu a sentença de três anos.
Dez anos depois, a presidente Park Geun-hye perdoou o empresário que havia sido condenado em janeiro de 2013 a quatro anos de prisão por apropriação indevida de fundos da empresa. Tae-won é o número 569 na lista da Forbes e o oitavo mais rico da Coreia do Sul.
Silvio Berlusconi, ex-primeiro-ministro italiano e empresário de comunicação, é outro empresário que aparece na lista da revista americana e que teve de prestar contas à justiça de seu país. Acusado de fraude fiscal, Berlusconi cumpriu pena de meia jornada estabelecida pela Justiça com os pacientes de Alzheimer do Centro de Assistência de Cesano Boscone, na região de Milão. A sentença foi resultado do "caso Mediaset", um de seus muitos problemas judiciais. Ele figura na posição 188 da lista da "Forbes" e é o quinto homem mais rico da Itália.
Da FolhaPress
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