A vitória de Guilherme Uchoa também configura que o governo Paulo Câmara tem problemas na condução política, neste início de governo. A direção do partido não queria Guilherme Uchoa a frente de mais um biênio na Alepe, mas não teve força junto à bancada, para tentar derrubar suas pretensões. Parte da bancada ensaiou o discurso da proporcionalidade, contra Uchoa, gerando um desgaste desnecessário para o governo Paulo Câmara, quando não reuniu apoio suficiente para levar adiante a tese nem mesmo junto aos 15 parlamentares da sigla.
Nesta segunda-feira, o governador Paulo Câmara visita a Assembleia Legislativa de Pernambuco, às 15h, para a abertura da primeira sessão legislativa do ano.
A votação de Guilherme Uchoa ocorreu neste domingo (1º). Também disputaram os deputados Rodrigo Novaes (PSD), que teve cinco votos, e Edilson Silva (PSOL), com apenas 1 voto. Cinco deputados votaram em branco.
A vitória do pedetista deve ser questionada na Justiça pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que considera a reeleição inconstitucional. A procuradoria da Assembleia garante, porém, que o atual presidente pode ficar no poder até 2018, como revelou em primeira-mão o Blog de Jamildo.
Guilherme Uchoa se elegeu deputado estadual pela primeira vez em 1994, pelo PMDB, quando conquistou 16.137 votos. Assim que chegou à Alepe, foi eleito vice-presidente. Quatro anos depois, virou primeiro-secretário da Casa; cargo que é considerado o segundo mais importante porque administra as finanças.
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Em 2007, Guilherme chegou pela primeira vez à presidência da Alepe, com o apoio do ex-governador Eduardo Campos. O socialista apoiou as três reeleições seguintes do pedetista para o comando da Casa.
No final do ano passado, porém, o PSB passou a manobrar contra uma nova recondução de Uchoa para a presidência da Assembleia. O partido, que elegeu 15 dos 49 integrantes da Casa, almejava o posto e o nome do líder do Governo, Waldemar Borges (PSB), chegou a ser ventilado.
Político habilidoso, Uchoa enfrentou a pressão do PSB e conseguiu manter a maioria dos apoios na Casa: tanto na bancada governista, quanto na oposição. Defensor ferrenho do interesse dos colegas, o pedetista não tem medo de comprar briga publicamente contrariando a opinião pública.
Uchoa é também um resolvedor de problemas dos demais deputados. Quando algum dos colegas não consegue ser atendido por um algum secretário, por exemplo, Uchoa se oferece para abrir os caminhos no Executivo.
No ano passado, atendendo a um pedido de Eduardo, ele cedeu bases eleitorais para ajudar nas campanhas de André Campos, Laura Gomes e Léo Dias, todos do PSB. O trio não se reelegeu, mas Uchoa atraiu a boa vontade dos pares.
PROFESSOR E JUIZ – Um dos políticos mais poderosos em Pernambuco, Guilherme Uchoa formou-se em História pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Caruaru e chegou a lecionar em Igarassu. Ele também foi escrevente da Polícia Civil por dez anos.
Depois, formado em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), passou no concurso para juiz e atuou nas comarcas de Palmeirina, Angelim, Riacho das Almas, Caruaru, Cumaru, Goiana, Olinda e do Recife.
Antes de se tornar deputado, foi ainda secretário de Assuntos Jurídicos das cidades de Itamaracá e Paulista. Em 1999, o pedetista propôs a criação do município de Nossa Senhora do Ó, que seria desmembrado de Ipojuca.
No ano passado, Guilherme Uchoa foi o sexto deputado estadual mais votado em Pernambuco, com 69.785 votos. Como revelou o Blog de Jamildo, há uma semana, o deputado pensa em renunciar ao mandato em 2017, quando completar um decênio no comando da Alepe.
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Por Paulo Veras, repórter do Blog de Jamildo
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