Os restos de comida correspondem a 60% do volume do lixo doméstico. No lugar de destinar aos lixões, o material pode ser transformado em adubo. É o que sugere o professor da Universidade Federal de Pernambuco Antônio Carlos Duarte Coelho, que criou uma composteira doméstica. O equipamento tem capacidade para processar 150 quilos, o equivalente ao que produz uma família de cinco pessoas durante seis meses. Esse é o tempo necessário para que os resíduos da cozinha sejam naturalmente decompostos. “Depois, é só jogar o material no jardim”, diz Duarte Coelho, ligado ao Departamento de Engenharia Química. O pesquisador, que já requereu patente da composteira, recomenda o uso do aparelho em condomínios, restaurantes, casas de praia e até residências na cidades. A única exigência é que o fundo fique em contato direto com o solo. “O protótipo estou usando em casa. Fica no jardim”, revela o professor, que desenvolveu a pesquisa com o aluno Emanuel Monteiro da Silva Júnior, hoje no setor sucroalcooleiro. Ele estima que a composteira custará de R$ 30 a R$ 40. Para Duarte Coelho, o poder público tem concentrado as ações no lixo reciclável. “Tudo é papelão, plástico, vidro e metal. O lixo orgânico, que representa o maior volume, é também o que mais onera os custos da limpeza urbana”, justifica. A composteira se resume a uma câmara para depósito dos resíduos. O professor destaca que o equipamento é fechado, impedindo o acesso de animais, inclusive insetos. Mesmo completamente fechada, permite a emissão dos gases resultantes da decomposição do lixo orgânico. É uma folga na tampa permite a saída. O protótipo é de metal mas Duarte Coelho acredita que, em larga escala, pode ser utilizado plástico. “Nossa idéia é que seja feita em plástico reciclado”, adianta. O pesquisador acha que soluções desse tipo devem ser adotadas, inclusive, pelo poder público. “A população tem aumentado e o volume de lixo também. O transporte e destinação final são problemas cada vez maiores. Se a prefeitura adquirir composteiras domésticas para a população estará diminuindo os custos com o setor”, afirma Duarte Coelho.
FONTE-JC
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