ARARIPINA
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
TRAGÉDIA EM SANTO ANDRÉ - POLÍCIA DE PERNAMBUCO PEDE PRISÃO DE EX-CABO
A Polícia Civil de Pernambuco encaminhou ontem para Alagoas mandado de prisão expedido contra o ex-cabo da Polícia Militar alagoana Everaldo Pereira dos Santos, por um homicídio ocorrido em 1989 na cidade de Palmares, Zona da Mata Sul de Pernambuco. O documento, que havia sido expedido pela Justiça pernambucana em 2006, foi localizado na última sexta-feira no fórum do município. Everaldo é pai de Eloá Cristina Pimentel, 15 anos, morta pelo ex-namorado Lindemberg Alves, 22, após ser mantida por 100 horas em cárcere privado, em Santo André (SP), no mês passado. O ex-policial é acusado de cometer outros quatro homicídios, em Alagoas. A vítima de homicídio em Palmares, o advogado José Vollemberg Ferreira Lins, era presidente do PMDB no município. O crime aconteceu em 20 de dezembro de 1989. De acordo com a denúncia do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), feita somente em 1997, o pai de Eloá teve a ajuda de dois PMs nascidos em Pernambuco e lotados na cidade alagoana de Novo Lino, que faz divisa com o Estado. Everaldo e os irmãos João Gabriel e Cícero Felizardo dos Santos teriam executado o advogado. Ainda segundo o MPPE, os três PMs eram integrantes de um grupo de matadores de aluguel conhecido como “gangue fardada”. Eles teriam sido contratados pelos comerciantes Cícero Belo Pereira e Antônio de Almeida Melo, que tinham rixa política e de família com a vítima. Os cinco terminaram indiciados pelo homicídio.
O delegado seccional de Palmares, Jandir Carneiro Leão, esteve ontem em Maceió, onde entregou o mandado de prisão de Everaldo em mãos ao delegado-geral da Polícia Civil de Alagoas, Marcílio Barenco. A pedido de Barenco, a polícia pernambucana fez uma varredura em delegacias e fóruns dos municípios da Mata Sul para tentar localizar inquéritos e processos que fizessem referência ao pai de Eloá. O mandado de prisão seguiu para Alagoas cinco dias após a solicitação. Na coletiva concedida ontem pela cúpula da Polícia Civil pernambucana para apresentar o inquérito, o diretor de Polícia Judiciária, delegado Osvaldo Morais, disse que apenas esse processo foi localizado, mas fez uma ressalva. “Em 2000, uma enchente atingiu a cidade de Palmares. Naquela ocasião, a delegacia e o Fórum perderam vários documentos, destruídos pela água”.
Carlos Eduardo Santos
csantos@jc.com.br
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