ARARIPINA

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domingo, 12 de janeiro de 2025

RAIVA HUMANA - MORRE MULHER QUE CONTRAIU DOENÇA AO SER MORDIDA POR SAGUI EM PERNAMBUCO


Morreu, na manhã de sábado (11), a mulher de 56 anos que contraiu raiva após ser atacada por um sagui em Santa Maria do Cambucá, no Agreste de Pernambuco. Ela estava internada no Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), no Recife. O caso foi o primeiro registrado em oito anos no Estado.

A paciente, identificada como Ivonete, teve a mão esquerda mordida pelo animal ao tentar defender o neto, de 3 anos, no dia 28 de novembro, enquanto chegava em casa.

Falta de profilaxia pós-exposição ao vírus

A família acredita que a mulher sofreu negligência médica ao procurar socorro na cidade onde morava. Ela não foi submetida à profilaxia pós-exposição ao vírus (vacina e/ou soro) no tempo indicado.

Ao sair do Hospital Santina Falcão, no Centro de Santa Maria do Cambucá, o filho de Ivonete teria ouvido alguém da equipe médica dizer: “Só falta chegar alguém com mordida de sapo”. Quando soube, a mulher chateou-se e não quis voltar à unidade de saúde.

Os sintomas começaram a aparecer. Em dezembro, ela sentiu insônia, febre e uma dor muito forte no braço. Nesse momento, retornou ao hospital, mas, conforme os parentes, o médico fez um eletrocardiograma, avaliou que estava tudo bem e a liberou.

Os sinais da raiva humana se intensificaram, e Ivonete retornou ao hospital no dia 31 de dezembro. Nesse momento, de acordo com a família, o médico percebeu que realmente se tratava de um caso grave. “Não pensaram duas vezes e a encaminharam direto para o Oswaldo Cruz, no Recife”, relatou a sobrinha de Ivonete, Maria Aparecida Santos, 29, ao Diario.

A família avalia acionar a Justiça. “Era para ela ter sido bem tratada e encaminhada para algum lugar que tivesse o tratamento e não terem deixado voltar para casa”, disse a sobrinha.

O que diz a gestão municipal

O atual diretor do Hospital Municipal Santina Falcão, Rafael Oliveira, afirmou que a cidade possui estoque de vacina antirrábica, mas o soro fica disponível em polos regionais de saúde. No caso de Santa Maria de Cambucá, é no Hospital Mestre Vitalino, em Caruaru.

Oliveira disse que, por ter assumido a gestão do hospital neste ano, não possui detalhes do que aconteceu na unidade de saúde quando Ivonete procurou ajuda. “Hoje, nenhum dos profissionais que atenderam naquele momento fazem parte do quadro, desde coordenadores a profissionais de assistência direta”, contou.

O diretor afirmou que uma equipe multidisciplinar da Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) foi à cidade e recolheu os prontuários de atendimento de Ivonete.

O que diz a Secretaria Estadual de Saúde

Em nota, a SES-PE informou que faz cópia dos documentos dos pacientes para investigação epidemiológica e monitoramento de casos. "Quanto à conduta profissional, reforça que, de acordo com as atribuições do Sistema Único de Saúde, compete ao município a apuração e os devidos encaminhamentos", acrescentou a pasta.

A secretaria também disse que intensificará, junto à Regional de Saúde, os protocolos e diretrizes relacionados à raiva com as equipes dos municípios da região e realizará um ciclo complementar de vacinação de animais domésticos.

Leia a íntegra da nota:

A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE), por meio da Diretoria de Vigilância Ambiental, informa que será realizado um ciclo complementar de vacinação de animais domésticos, com o objetivo de reforçar a imunização na região.

Além disso, a Secretaria intensificará junto à Regional de Saúde os protocolos e diretrizes relacionados à raiva com as equipes de saúde dos municípios da região. Essas ações serão implementadas em toda a 4ª Gerência Regional de Saúde e, posteriormente, replicadas em outras áreas do estado.

Em relação aos prontuários, a Secretaria esclarece que faz cópia dos documentos dos pacientes para investigação epidemiológica e monitoramento de casos. Quanto à conduta profissional, reforça que, de acordo com as atribuições do Sistema Único de Saúde, compete ao município a apuração e os devidos encaminhamentos.

Por Amanda Azevedo e Mareu Araújo - Diário de Pernambuco

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