Há um ditado comum que ecoa surdamente entre os tricolores segundo o qual nada, para o time do Arruda, vem fácil. Sempre é preciso uma dose de suor. Outra de sangue. Foi assim neste domingo. Pela terceira vez nos últimos três anos, o time passou pelo Sport na Ilha do retiro. Desta vez, por 2 x 0. Pela terceira vez nos últimos três anos, o time é campeão estadual. Tricampeão. Festeja demais, o torcedor coral.
Inflamado pela torcida e pressionado para reverter a vantagem adversária, o Sport começou o jogo tentando sufocar o Santa Cruz. Mas, ainda que tivesse o domínio da bola e mais volume de jogo, não conseguiu acuar o Tricolor. A equipe do Arruda conseguiu neutralizar moderadamente o ímpeto ofensivo dos donos da casa. Como? Marcando na frente. Tanto que o primeiro chute da partida foi de Renatinho, aos oito minutos. A primeira chegada do Rubro-Negro foi aos 13.
O Santa Cruz, defensivamente, estava bem. E, no setor ofensivo, dependia do contra-ataque. A estratégia montada por Martelotte deu resultado. O time já tivera uma boa oportunidade com Dênis Marques, mas o atacante - que arrancou desde o meio-de-campo- não teve fôlego para cortar a marcação, já dentro da área, e chutar para gol. Aos 26, contudo, a equipe coral conseguiu encaixar o ataque perfeito.Mérito primeiro para Raul. Lúcido, o meia conseguiu transformar uma situação em que não tinha opção para um lançamento perfeito para Caça-Rato. O atacante escapou pela direita, nas costas da defesa. Recebeu na frente de Magrão e mostrou tranquilidade incomum para driblar o goleiro e abrir o placar.
Jogadores comemoram o tricampeonato estadual. Foto: Arnaldo Carvalho/JC Imagem
O gol apressou ainda mais o Sport. O time cresceu. Precisava desesperadamente de dois gols. Dos 26 aos 46, o time criou diversas oportunidades - mas quase todas elas pararam num inspirado Tiago Cardoso. E uma delas na trave, com Felipe Menezes, aos 34. Dez minutos depois, Flávio Caça-Rato tratou de tornar mais perigosa a missão tricolor ao colocar a mão na bola de maneira infantil. Como havia tomado o amarelo pela comemoração do gol, foi expulso pelo árbitro.
Na volta da segunda etapa, com um a mais, Sérgio Guedes acionou Érico Júnior no lugar de Felipe Menezes. O Santa Cruz voltou com a mesma equipe - mas com uma postura naturalmente mais defensiva. O Leão foi para o ataque. A Cobra Coral tentou se resguardar para o bote mortal.
O Sport, no começo, teve muito domínio, muitas trocas de passe na intermediária adversária, mas pouca penatração. A maior parte das jogadas era criada pelo lado esquerdo, com Reinaldo, Érico Júnior e Lucas Lima. E era finalizada em geral após cruzamentos à área. Mesmo sendo atacada com muita frequência, a defesa tricolor conseguiu minimizar as chances do outro time. Não que elas não existiram. Aos 5 minutos, por exemplo, Lucas Lima cruzou e Érico Júnior cabeceou livre. Para fora. Aos 20, outra, ainda mais complicada. Marcos Aurélio usou outra arma do Rubro-Negro na segunda etapa: o chute de longa distância. Tiago Cardoso bateu roupa - e Matheus Lima chegou. O goleiro se recuperou e conseguiu tocar na bola, que, mesmo assim, ia entrar. Mas a defesa do Santa salvou em cima da linha.
No minuto seguinte, o Tricolor foi bem perigoso. Num contragolpe. Após boa troca de passes, Dênis Marques recebeu na direita, fora da área e encheu o pe. Magrão espalmou para a esquerda. Renatinho pegou a bola, tentou drible e caiu dentro da grande área. Gilberto Castro Júnior mandou seguir. A bola sobrou para Luciano Sorriso, que bateu por cima.
Aos 27, Martelotte tirou Dênis Marques, caído, para colocar Sandro Manoel no jogo. Aos 41, o próprio volante fez jogada de craque, driblou Tobi dentro da área e bateu de três dedos no ângulo de Magrão. Santa Cruz tricampeão.
Sport - Magrão, Cicinho (Moacir), Gabriel, Maurício (Matheus Lima) e Reinaldo; Tobi, Rithelly, Lucas Lima e Felipe Menezes (Érico Júnior); Marcos Aurélio e Felipe Azevedo. Técnico: Sérgio Guedes.
Santa Cruz - Tiago Cardoso, Everton Sena (Nininho), William Alves, Renan e Tiago Costa; Anderson Pedra, Luciano Sorriso, Raul e Renatinho; Dênis Marques (Sandro Manoel) e Flávio Caça-Rato. Técnico: Marcelo Martelotte.
Pernambucano Coca-Cola (final). Local: Estádio da Ilha do Retiro. Horário: 16h. Árbitro: Gilberto Castro Júnior. Assistentes: Clóvis Amaral e Ricardo Chianca. Cartões amarelos: Everton Sena, Raul, Caça-Rato e Tiago Costa (Santa Cruz); Maurício, Matheus Lima, Tobi(Sport). Cartão vermelho: Flávio Caça-Rato (Santa Cruz). Gol: Flávio Caça-Rato (aos 26 do 1T). Público: 26.806; Renda: R$: 552.420,00.
Do Blog do Torcedor
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