ARARIPINA

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quarta-feira, 15 de abril de 2009

VIOLÊNCIA - PERNAMBUCO É LÍDER EM MORTES DE GAYS


SALVADOR – O número de assassinatos de homossexuais aumentou 55% em 2008, no Brasil, em relação ao ano anterior, revela pesquisa anual sobre crimes com motivação homofóbica, divulgada ontem em Salvador pelo Grupo Gay da Bahia (GGB).

Foram 190 homossexuais mortos ano passado em todo o País, média de um assassinato a cada dois dias. Desse total, o GGB identificou entre as vítimas 64% de gays, 32% de travestis e 4% de lésbicas.

Pernambuco é o Estado que lidera a estatística, com 27 assassinatos em 2008, seguido da Bahia, com 25, São Paulo, com 18, e Rio de Janeiro, com 12. Em 2009, já foram documentados 48 homicídios de homossexuais.

Sergipe é considerado o Estado que ofereceu “maior risco de morte para travestis e gays em termos relativos, pois, contando com aproximadamente 2 milhões de habitantes, registrou 11 homicídios, enquanto Minas Gerais, dez vezes mais populoso, teve oito gays assassinados”, assinala o relatório.

O Nordeste continua sendo a região mais homofóbica. Conforme a pesquisa, a região abriga 30% da população brasileira e registrou 48% das mortes. No Sudeste/Sul ocorreram 28% dos casos, seguido do Centro Oeste, com 14%, e Norte, com com 10%. Segundo o GGB, o risco de um homossexual nordestino ser a próxima vítima é 84% mais elevado do que no Sul/Sudeste.

O levantamento revelou ainda que 13% das vítimas tinham menos de 21 anos e, entre os mortos, estão “travestis profissionais do sexo, cabeleireiros, professores e ambulantes”.

Os gays são mais frequentemente assassinados dentro da própria casa, geralmente a facadas ou estrangulados. Já os travestis são executados na rua a tiros. O perfil dos criminosos é descrito assim pelo relatório: “80% são desconhecidos, predominando garotos de programa, vigilantes noturnos, 65% menores de 21 anos”.

Conforme o GGB, o Brasil foi o campeão mundial de crimes homofóbicos no ano passado, seguido do México, com 35, e EUA, com 25.

Para tentar diminuir os casos no País, o GGB cobra da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República a implementação imediata das deliberações do Programa Brasil Sem Homofobia e da 1ª Conferência Nacional Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transsexuais.

Do contrário, ameaça enviar denúncia contra o Governo Brasileiro à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) e à Organização das Nações Unidas (ONU), “pelo crime de prevaricação e lesa humanidade contra os homossexuais”, diz uma nota distribuída ontem pela entidade. Entre as reivindicações do GGB está a divulgação de outdoors com mensagem contra os assassinatos.

O antropólogo Luiz Mott, fundador do GGB, explicou que a contagem dos assassinatos é feita através de notícias sobre os crimes publicadas nos jornais e sites brasileiros de notícias. Por isso, acredita que “o número verdadeiro das mortes deve ser muito maior”. Ele lamenta que não existam estatísticas governamentais sobre os crimes.

Agência A Tarde

Um comentário:

Paulo Vilela disse...

Parabéns pelo artigo.
O brasileiro merece viver num país sem violência e crimes.
Temos que proteger especialmente os injustiçados como os homossexuais e os pobres.
E só melhoraremos tudo isso, se pessoas de bem como você agirem.