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segunda-feira, 16 de junho de 2008

SAÚDE - USP DESENVOLVE MEDICAMENTO CONTRA DENGUE

RIBEIRÃO PRETO (SP) – Uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto, traz perspectivas para a criação de um medicamento capaz de controlar a infecção pelo vírus da dengue. O estudo, iniciado há quatro anos, conseguiu inibir a replicação do vírus, protegendo as células contra a infecção. Ou seja, a metodologia usada não previne a doença, mas poderá servir para controlar a dengue, impedindo a sua progressão para formas mais graves, como a hemorrágica, que pode levar a pessoa à morte. Hoje, para tentar amenizar os sintomas da dengue são usados antitérmicos para diminuir a febre e analgésicos, além da hidratação com soro. A dengue é uma doença infecciosa febril aguda que provoca também dor de cabeça e no corpo, náuseas e manchas vermelhas na pele. É transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti. Somente entre janeiro e abril, foram registrados mais de 230.800 casos no País, sendo 1.069 confirmados de dengue hemorrágica – 77 pacientes morreram. A maior epidemia no País foi a de 2002, quando cerca de 800 mil brasileiros contraíram a doença. O estudo do medicamento, desenvolvido pelo Laboratório de Virologia da Faculdade de Medicina da USP, foi realizado com o sorotipo 2 da doença. A meta é chegar a uma droga antiviral que poderá impedir a progressão para as formas mais graves. Nos próximos passos, a pesquisa será feita com os sorotipos 1, 3 e 4 e, possivelmente até o fim do ano, iniciar a experiência com macacos. A bióloga Alessandra Cristina Gomes Ruiz, responsável pela pesquisa e orientada por Benedito Antônio Lopes da Fonseca em trabalho de doutorado, acredita que agora as pesquisas serão mais rápidas, pois já tem a molécula “desenhada” (sintetizada) quimicamente em laboratório. “Demoramos quatro anos para construir esse mecanismo, e isso torna a seqüência do estudo mais rápida”, disse ela. Para a aplicação em humanos ainda são necessários outros estudos. Alessandra diz que, em 2004, houve um primeiro estudo com essa metodologia em humanos para uma doença chamada degeneração macular relacionada à idade (AMD), com resultados promissores. “Para doenças virais, alguns estudos estão sendo realizados em pacientes com hepatite aguda e com HIV. Para o vírus da dengue, há pouquíssimos estudos”, informa ela. “Assim, nossos resultados são bastante promissores e inéditos no Brasil”, afirma ela. No início do mês, o Instituto Butantã, de São Paulo, anunciou que vai acelerar os ensaios para a primeira vacina contra a dengue. A previsão é iniciar os testes da imunização em humanos já no próximo ano. Com isso, as doses estariam prontas para serem aplicadas em 2010. Com parceiros internacionais – Instituto de Saúde Pública dos Estados Unidos (NIH, na sigla em inglês) e Fundação Path, chefiada pelo empresário Bill Gates –, o Butantã informou que já foram realizados testes em macacos infectados com a doença e também em humanos, com alguns voluntários.
FONTE
Brás Henrique
Agência Estado

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