Extinto na última quinta-feira (12), o Ministério da Cultura (MinC) foi fundido com a pasta de Educação, que agora está sob o comando do ministro pernambucano Mendonça Filho (DEM). Com isso, a classe artística do país levantou críticas a mudança e fez o presidente interino, Michel Temer, recuar na junção das duas áreas.
Temer decidiu criar uma Secretaria Nacional de Cultura ligada à presidência da República. Além dessa decisão, o presidente interino também tem avaliado nomes femininos para ocupá-la, em respostas as críticas de que seu governo privilegia o sexo masculino. Segundo o jornal O Globo, Adriana Rattes, ex-secretária de Cultura do Estado de Rio de Janeiro e ligada ao PMDB fluminense, é uma das cotadas para o cargo.
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De acordo com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, apesar de ligada diretamente à presidência, a secretaria não terá status de ministério. O ator Stepan Nercessian tinha sido sondado para assumir o cargo, mas não foi formalizado pela necessidade do governo em mostrar uma representatividade feminina.
Adriana Rattes, uma das cotadas para assumir a secretaria, já foi secretária estadual de Cultura do Rio de Janeiro e ficou no cargo de 2007 a 2014. Ela é uma das fundadoras do Grupo Estação, iniciativa de exibição de arte. No exercício do cargo, enfrentou algumas críticas por defender as Organizações Sociais (OS) para gerir orgãos ligados à pasta.
O MinC, fundado há 30 anos, teve sua extinção apontada como um dos atos de enxugamento da máquina pública. A decisão não foi bem recebida pelos artistas e militantes da área de cultura, porque, segundo eles, o temor é de que as iniciativas do setor sejam colocadas em segundo plano.
Ao se apresentar aos servidores do Ministério da Cultura na última sexta-feira (13), o novo ministro Mendonça Filho foi Hostilizado. Manifestantes chamaram o ministro de "golpista" e pediram a manutenção do ministério. Mas a pressão também veio de artistas famosos em carta aberta divulgada pela Associação Procure Saber, formada por músicos como Chico Buarque, Djavan, Marisa Monte e Caetanos Veloso e pelo Grupo de Ação Parlamentar Pró-Música (GAP).
Do NE10
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