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segunda-feira, 21 de setembro de 2015

REDE - MAIS DA METADE DA POPULAÇÃO MUNDIAL ESTÁ OFFLINE, DIZ ONU

Mais da metade da população mundial não tem acesso à internet. E o crescimento do número de pessoas que está se conectando à web está diminuindo, o que é alarmante. Os dados são da Comissão de Banda Larga da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgada nesta segunda (21). No Brasi, 84 milhões de pessoas estão offline, o que coloca o país em uma posição intermediária com 57% de conexão.

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Essa desigualdade reflete as diferenças sociais bem acentuadas entre países ricos e pobres. Nos países mais ricos, o acesso está atingindo níveis de saturação. No entanto, mais de 90% dos 48 países mais pobres do mundo a taxa de conexão tende a zero.

Segundo o relatório da ONU, o crescimento mundial ficará em 8,1% este ano, abaixo de 2014, que foi de 8,6%. Isso se deve a um momento de transição do crescimento de internet. “Mais da metade da população mundial – cerca de 57% – ainda não usa a Internet regular ou ativamente”, diz o texto do relatório.

Cerca de 43,4% da população do mundo tem algum tipo de acesso regular à internet, ou cerca de 3,2 bilhões de pessoas. Em 2010 eram 2,9 bilhões. A taxa fixada pelo ano é de 60% até 2020.

Os dados foram apresentado pela Comissão de Banda Larga pelo Desenvolvimento Digital, criada pela ONU para fazer avançar o acesso à tecnologia e como base para a Assembleia Geral das Nações Unidas, que ocorre a partir da semana que vem. A conclusão também aponta que a disparidade é ainda profunda entre países ricos e em desenvolvimento.

Se nos mercados desenvolvidos existe praticamente uma “saturação”, nos países pobres a taxa de penetração é de apenas 35%. Na Islândia, a taxa de usuários da rede é de 98% contra 96% na Noruega e Dinamarca. Mas apenas 79 dos 194 países no mundo têm mais de 50% de sua população conectada. Na Guiné, em Somália, em Burundi, no Timor Leste e na Eritreia, menos de 2% dos cidadãos têm acesso à rede.

No Brasil

O Brasil vem em uma posição intermediária. Com 57% da população com acesso à rede ao final de 2014, o país aparecia na 68ª colocação mundial, praticamente empatado com a Venezuela. Arábia Saudita, Argentina, Azerbaijão e Bósnia teriam uma maior penetração da internet entre os habitantes que o Brasil.

Entre os emergentes, o país aparece como o 32º colocado em termos de internet instalada em domicílios. Ao final de 2014, essa taxa era de 48%, contra 98% na Coreia ou 60% na Turquia.

Apenas 11% da população tem banda larga instalada em suas residências, contra 24% no Uruguai e mais de 40% na Suíça, na França ou na Holanda.

Celular

Em um aspecto, porém, o Brasil vem avançando de forma importante: a conexão à internet pelo celular: 78% dos usuários contam com acesso rápido, o que coloca o Brasil na 27ª colocação no mundo, superando vários países europeus, como Itália, França ou Alemanha.

De fato, o uso do celular é uma das principais apostas dos especialistas para permitir uma nova expansão da internet. Para Biggs, tudo indica que o avanço dessa tecnologia seja a mais rápida da história.

Se para ter 1 bilhão de linhas telefônicas fixas o mundo levou 125 anos, o acesso da internet pelo celular pode atingir 1 bilhão de usuários em apenas cinco anos. Ainda assim, existem incertezas sobre o número real de celulares circulando pelo planeta.

Segundo Biggs, a empresa Ericsson indicou que existiam 7 bilhões de celulares no mundo. Mas apenas 5 bilhões de assinantes. “Mas estudos apontam que o número real seria bem menor, de apenas 3,7 bilhões de usuários”, alertou.

Outro desafio é o custo. Em quatro anos, o custo da banda larga caiu em 40%. Mas mais da metade do mundo ainda não tem dinheiro para ter internet fixa em casa.

Um dos obstáculos apontados é a dificuldade de garantir que a rede seja levada para as zonas rurais, enquanto empresas de telefonia e de tecnologia alertam que seus lucros estão cada vez menores para justificar investimentos.

Diante de todos esses desafios, a ONU já admite que a meta estabelecida para incrementar o acesso de pessoas à rede terá de ser adiado. Em 2012, a perspectiva era de que 60% das residências teriam internet até 2015. Mas essa taxa será de menos de 46%, e a meta apenas será atingida em 2021. 

Do Estadão Conteúdo

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