As falas do presidente da República, Jair Bolsonaro, de que o Brasil estaria "quebrado", foram rebatidas nesta quinta-feira (7) pelo secretário da Fazenda de Pernambuco, Décio Padilha. O gestor público pernambucano afirmou que, ao contrário do que diz o presidente, o Brasil não pode ser classificado dessa forma, uma vez que está pagando as dívidas internacionais.
Nesta quinta, Bolsonaro voltou a dizer que o país está quebrado no setor público. "Respondi anteontem uma pergunta aqui sobre a tabela do Imposto de Renda. Falei durante a campanha que queria corrigir a tabela, só que veio esta desgraça da pandemia, mais ou menos R$ 700 bilhões de endividamento. Não deu para fazer isso. E falei que o Brasil estava quebrado. E está quebrado na questão pública", falou a apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada. A declaração foi gravada e transmitida em um canal de simpatizantes do presidente.
Segundo Padilha, porém, o Brasil só quebrou uma vez, em 1987. Em fevereiro daquele ano, o então presidente José Sarney anunciou a suspensão do pagamento dos juros da dívida externa por tempo indeterminado. A declaração da moratória assustou o mercado internacional. "Só se considera quebrado quando o país não consegue mais pagar a dívida nem os juros. Esse não é o caso do Brasil. O problema do país é outro, de déficit fiscal", pontua o secretário estadual. "O Brasil tem um resultado primário negativo que pode chegar entre R$ 800 e R$ 850 bilhões, ou seja, tem dificuldade financeira, mas quebrado ele não está", enfatizou.
Sobre a relação do governo de Pernambuco com o Ministério da Economia, Padilha afirmou que não há clima de divergência política. "A relação é totalmente técnica com o governo estadual. Temos várias reuniões com o Ministério, com o Tesouro, com a Receita Federal, e as pessoas são extremamente técnicas. Com a área econômica do governo, não temos problema algum", esclareceu.
A declaração de Jair Bolsonaro, de que "o Brasil está quebrado", feita inicialmente nessa terça-feira (5), vai de encontro às afirmações recentes do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que a atividade econômica do país apresenta trajetória de recuperação em “V”, isto é, com a retomada na mesma velocidade da queda causada pelos efeitos da pandemia do novo coronavírus. A equipe econômica espera que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 3,2% em 2021, depois de retração prevista de 4,5% no ano passado.
Fonte - Por Anamaria Nascimento
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