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terça-feira, 29 de janeiro de 2019

SAÚDE - ADOLESCENTES REPRESENTAM 23% DOS PARTOS REALIZADOS NO SUS EM PERNAMBUCO

Em Pernambuco, o número de partos na rede pública realizados em adolescentes representa 23% do total de partos feitos. Apesar de o número estar caindo nos últimos anos, o percentual ainda é considerado alto. Em 2013, dos mais de 105 mil partos realizados pelo SUS em Pernambuco, 27,5 mil foram em adolescentes entre 10 e 19 anos. Isso representa 26% do total. Já em 2017 foram 103 mil partos, sendo 24,8 mil em jovens (23%). Comparando 2013 com 2017, houve uma queda de 10,7% nas ocorrências envolvendo adolescentes. 

A partir deste ano, foi instituída, pelo Ministério da Saúde (MS), a Semana Nacional de Prevenção à Gravidez na Adolescência, celebrada na semana do dia 1º de fevereiro. De acordo com a lei, o objetivo é disseminar informações sobre medidas preventivas e educativas que contribuam para a redução da gestação na faixa etária entre 10 e 19 anos.

“O exercício da sexualidade está se iniciando cada vez mais cedo. Essas atividades sexuais precoces e desprotegidas podem desencadear uma gravidez não planejada ou não intencional, além de infecções sexualmente transmissíveis. A gravidez precoce induz os adolescentes a ingressarem na vida adulta rapidamente, acarretando consequências psicossociais negativas nessa etapa da vida”, afirma a médica e gerente de Atenção à Saúde da Mulher da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Letícia Katz.

De acordo com Katz, é importante que os jovens tenham acesso à informação para prevenir uma eventual gravidez. “É imprescindível que os profissionais dos serviços de saúde acolham esse público com escuta qualificada e garantam o acesso a informações sobre saúde sexual, reprodutiva e métodos contraceptivos disponíveis. Oferecer orientações com linguagem clara e apropriada para a faixa etária é uma das formas que temos de prevenir uma gravidez indesejada ou não intencional. A adolescência é uma fase de descobertas e conquistas para os jovens, que deveriam estar vivenciando outras experiências de vida que não a maternidade/paternidade”, pontua. A médica reforça que os jovens têm garantido o sigilo e a privacidade da consulta e que, juntamente com os profissionais de saúde, podem escolher o método contraceptivo adequado a sua necessidade, que pode ser o uso de camisinha (masculina ou feminina), de pílulas ou injeção anticoncepcional ou ainda a inserção do DIU.

“Havendo a suspeita da gravidez, é importante que a adolescente já procure a assistência em saúde, sendo fundamental que as unidades básicas de atendimento mantenham as portas abertas para acolher os adolescentes e assegurar que o teste rápido de gravidez seja realizado mais precocemente possível. Iniciar o pré-natal antes da 12ª semana de gestação é importante para evitar intercorrências na jovem e no bebê”, diz Letícia Katz. 

Uma gravidez em idade precoce pode levar a problemas de saúde graves como pré-eclâmpsia e eclâmpia, parto prematuro, bebê de baixo peso ou subnutrido, aumento do risco de depressão pós-parto e de rejeição do filho. Além do risco de morte do feto e da gestante, a gravidez na adolescência pode causar conflitos ou comprometimento nos projetos de vida no âmbito familiar, social, educacional e profissional.

A médica ainda lembra que os adolescentes masculinos também devem e podem procurar os serviços de saúde para tirar suas dúvidas. “A prevenção da gravidez na adolescência não está restrita apenas às jovens, mas também aos meninos, que são co-responsáveis pela prevenção e cuidados com a saúde, sendo necessário que eles também exerçam o auto-cuidado com atitudes e práticas seguras”.

INFECÇÕES

Além da prevenção de uma gravidez não planejada e/ou desejada, o uso de preservativo masculino e feminino podem evitar uma série de infecções sexualmente transmissíveis, como HIV/Aids, sífilis, gonorréia, hepatites virais.

Entre 2014 e 2018, dos 9.818 casos de HIV registrados em Pernambuco, 594 foram em adolescentes entre 10 e 19 anos (265 no público do sexo feminino), representando 6% do total. Em relação à Aids, que é quando já há o quadro de enfermidade, no mesmo período, foram 158 casos nessa população (66 no sexo feminino), representando 2,9% do total de casos (5.413).

Importante destacar que preservativos masculinos e femininos são disponibilizados gratuitamente nos serviços de saúde para toda a população, sem limites de quantitativo e de acordo com a necessidade dos usuários. Só em 2018, o Estado de Pernambuco recebeu do Ministério da Saúde (MS) e distribuiu em torno de 16 milhões de camisinhas para todos os municípios pernambucanos, além de 4 milhões de sachês de gel lubrificante.

Fonte - Diário de Pernambuco

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