Depois do aumento de investigação e divulgação de dados relativos ao zika vírus no Brasil, pesquisadores garantem que a forma de contágio do vírus não se daria somente pelo mosquito, podendo ser transmitido por meio de relação sexual, transfusão de sangue e transplante de órgãos. Os dados foram confirmados por pesquisadores do Instituto Evandro Chagas (IEC) de Belém, na última sexta-feira (27).
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De acordo com os especialistas do setor de Arbovirologia e Febres Hemorrágicas do IEC, a primeira morte ligada ao zika aconteceu em junho deste ano, mas a certeza do diagnostico só foi possível depois de estudos de amostras do sangue do homem, que começaram a ser analisadas em julho. Em razão da dificuldade de isolar o vírus, somente agora a presença do organismo foi confirmada.
A equipe do IEC que trabalhou no caso - formada pelos médicos Pedro Vasconcelos e Socorro Azevedo e pela farmacêutica Suely Rodrigues - informou que o instituto vai passar a analisar agora as amostras de outros casos que não tiveram diagnostico de dengue nem de chicungunha, em busca de novos casos de zika vírus. Por isso, eles acreditam que o número de mortes provocadas pelo vírus pode aumentar.
Uma equipe do ministério está investigando os casos de forma integrada com as secretarias estaduais e municipais de saúde. Segundo os pesquisadores, o maior desafio neste momento é neutralizar a proliferação do mosquito, evitando lixo acumulado e recipientes com água parada.
CASO NO TAITI - Um estudo publicado este ano na revista científica Emerging Infectious Diseases revelou que o vírus da zika foi isolado, em 2013, no sêmen de um paciente do Taiti (ilha da Polinésia Francesa, que passou por uma epidemia de zika em 2013) após ele ter procurado tratamento para a presença de sangue no esperma, que aconteceu duas semanas após ele ter apresentado sintomas sugestivos de zika (dor de cabeça, febre baixa e dores nas articulações).
Em reportagem publicada no último domingo no Jornal do Commercio, o infectologista Vicente Vaz, do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), informava que a possibilidade de transmissão do vírus pela via sexual ainda não pode ser totalmente considerada, apesar de casos isolados na literatura sugerirem essa possibilidade. “Ainda se for confirmada essa hipótese, isso seria de pouca importância na epidemiologia, já que se sabe fortemente que o principal agente transmissor de zika é o mosquito Aedes aegypt. São necessárias mais investigações para se considerar a zika como uma doença sexualmente transmissível”, explica Vicente Vaz.
Do Estadão Conteúdo
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