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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

OVOS DE PÁSCOA - FABRICANTES ESPERAM MANTER VENDAS DO ANO PASSADO

Com a economia retraída, aumento do dólar, do combustível e as famílias brasileiras endividadas, a expectativa dos fabricantes de chocolate para a Páscoa é de manter o número de vendas do ano passado. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab), mesmo com o mercado em desaceleração, a expectativa é de produzir 20,2 mil toneladas de chocolate, o que representa cerca de 100 milhões de ovos. Este ano, a Páscoa será comemorada no dia 5 de abril.

“O total de ovos em 2015 ainda não foi fechado, pois a produção está em andamento, mas acredito que a quantidade de produção será a mesma de 2014”, disse o vice-presidente de Chocolate da Abicab, Ubiracy Fonseca. 

Questionado se haverá aumento no preço dos ovos, Fonseca explicou que a Abicab não realiza esse tipo de levantamento, mas ressaltou que os empresários do setor estão absorvendo grande parte do impacto para segurar os preços ao máximo possível, além de lançar produtos diversificados e alternativos para que todos os brasileiros possam encontrar na Páscoa um motivo de alegria”, disse. 

A confiança do setor também tem como base uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), a pedido da Abicab. Segundo a pesquisa, 79% dos brasileiros possuem o hábito de homenagear amigos e familiares com chocolates. O consumo maior é na região Sudeste, seguidos pelo Sul e Nordeste. “Pernambuco e Bahia lideram as vendas no Nordeste”, disse Ubiracy Fonseca. 

Embora a Abicab não realize levantamento de preços, alguns dos maiores fabricantes do Brasil já indicaram que os ovos devem ficar mais caros este ano. De acordo com matéria publicada no Jornal do Commercio, companhias como Kopenhagen, Nestlé, Arcor e Garoto estimam que o aumento deve variar entre 8% e 10%. O acréscimo no preço seria necessário para compensar as despesas com energia, logística e mão de obra. Muitos itens que são importados, como embalagens e brinquedos, foram majorados com a alta do dólar. A moeda americana, que acumulou alta de 12,8% em 2014, também pesa sobre a principal matéria-prima, o cacau, que é em boa parte importada da África. 

Enquanto as grandes redes tradicionais prevêm estabilidade, as chocolaterias acreditam em crescimento. “Estamos otimistas com essa Páscoa e esperamos um crescimento por volta de 5%”, disse Gabriela Bonella, gerente de Páscoa da Arcor, em depoimento no site da Abicab. A diretora de Marketing da Cacau Show, Raquel Massagardi, está ainda mais otimista: “A nossa expectativa é de crescer 25% esse ano, com uma produção de sete toneladas no total, sendo 3 mil toneladas de ovos.”

Já o gerente de Marketing da Lacta, Maykon Vieira, está mais cauteloso em relação às vendas. “Somos líderes de mercado nesse segmento, com uma participação de 36%, e nossa expectativa para esse ano é de manter os mesmos volumes do ano passado, que são por volta de 26 milhões de ovos de Páscoa”.,

EMPREGOS – Mesmo com a economia retraída, o número de empregos temporários para suprir as demandas das indústrias e chocolaterias na Páscoa deve aumentar. A estimativa é de que sejam geradas 26 mil vagas, duas mil a mais do que em 2014. Cerca de 40% das contratações são para atuar dentro das fábricas (começaram a partir de setembro) e 60% nas lojas, nos cargos de auxiliar de vendas. “Muitas empresas aumentaram a sua rede de lojas, aumentando as vagas para atendentes. Ainda há vagas, mas muitos contratados já estão em fase de treinamento”, explicou o vice-presidente de Chocolate da Abicab.

Do NE10

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