Em meio ao aumento no número de casos de Covid-19 em Pernambuco, uma nova linhagem do novo coronavírus foi identificada no estado. Nomeada como Pirola, ela foi descoberta pela Frente de Vigilância Genômica de SARS-CoV-2 do Instituto Aggeu Magalhães (IAM), unidade da Fiocruz em Pernambuco, nesta quarta-feira (27).
Os estudiosos identificaram esta nova linhagem por meio do sequenciamento genômico, que é feito a partir de uma amostra do vírus, removendo o material genético de outras moléculas. Foram colhidas amostras de pacientes das cidades do Recife, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Ouricuri, Paulista e Salgueiro.
A pesquisa analisou 46 exemplares para o sequenciamento, dentre os quais se conseguiu obter 30 genomas com uma taxa de cobertura superior a 90% de qualidade. Todos os genomas foram reconhecidos como pertencentes às linhagens e sublinhagens da Ômicron (B.1.1.529-like e BA-like), que correspondem ao genoma Pirola.
Para o pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Marcelo Paiva, o surgimento desta linhagem em Pernambuco é mais uma prova do aumento de casos no estado.
"Recebemos um conjunto de amostras do Lacen-PE (Laboratório Central de Pernambuco) e, ao processar, foi identificada a circulação de uma nova linhagem, uma subvariante da ômicron conhecida como Pirola, que está em circulação aqui no Estado. Ela foi detectada em uma amostra coletada no dia 12 de dezembro", disse.
A Pirola foi detectada pela primeira vez em julho de 2023 na Dinamarca e possui mais de 35 mutações em partes importantes do vírus, se comparada com a variante XBB.1.5. Esta última foi a que mais infectou as pessoas no começo deste ano em alguns países e chegou a ser identificada no Brasil.
Estudos feitos nos Estados Unidos chegaram à conclusão que o sistema imunológico do ser humano é capaz de combater esta linhagem tão bem quanto combate outras variantes da Ômicron.
SAIBA MAIS
Além disso, não há evidências de que a Pirola consiga escapar da eficiência das vacinas contra Covid-19. As fabricantes Moderna e Pfizer já garantiram que as vacinas produzidas por elas são capazes de prevenir contra a linhagem.
Por Adelmo Lucena - Diário de Pernambuco
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