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sábado, 16 de dezembro de 2023

HOMENS DEVEM ABANDONAR O ÁLCOOL TRÊS MESES ANTES DE TENTAREM TER FILHOS - REVELA NOVO ESTUDO


Se você pretende ter filhos, é melhor suspender a bebida alcoólica pelo menos três meses antes de começar a tentar engravidar sua parceira. Em um artigo publicado este mês na revista científica Andrology, pesquisadores da Texas A&M University demonstraram que leva mais de um mês para que o esperma do futuro pai deixe de sofrer os efeitos do consumo de álcool.

Estudos anteriores feitos pelos cientistas dessa mesma instituição apontaram que os hábitos paternos de consumo de álcool antes da concepção podem ter um efeito negativo no desenvolvimento fetal, com o esperma de homens que consomem álcool regularmente afetando o desenvolvimento da placenta, defeitos cerebrais e faciais associados à síndrome alcoólica fetal (SAF) e até mesmo resultados de fertilização in vitro.

"Quando alguém consome álcool regularmente e depois para, seu corpo passa por abstinência, onde precisa aprender a funcionar sem a presença da substância química", disse Michael Golding, professor do Departamento de Fisiologia Veterinária e Farmacologia da Faculdade de Medicina Veterinária e Ciências Biomédicas da Texas A&M University, em comunicado. "O que descobrimos é que o esperma do pai ainda é impactado negativamente pela bebida, mesmo durante o processo de abstinência, o que significa que leva muito mais tempo do que pensávamos anteriormente para o esperma voltar ao normal".

Um dos principais riscos associados ao consumo de álcool antes e durante a gravidez é a SAF, que causa características faciais anormais, baixo peso ao nascer, problemas de atenção e hiperatividade e má coordenação. Para o diagnóstico de SAF, os médicos levam em consideração apenas o consumo de álcool da mãe.

"Durante anos, não houve qualquer consideração sobre o uso de álcool pelos homens. Nos últimos cinco a oito anos, começamos a notar que existem certas condições em que existe uma influência paterna muito forte no que diz respeito à exposição ao álcool e ao desenvolvimento fetal. Com este projeto, queríamos ver quanto tempo levaria para que os efeitos do álcool no esperma desaparecessem", disse ele. "Achávamos que seria uma mudança relativamente rápida de volta ao normal, mas não foi. O processo de retirada demorou mais de um mês".

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Ao beber álcool, o fígado de um indivíduo sofre estresse oxidativo, levando o corpo a produzir em excesso certos produtos químicos, o que interrompe a atividade celular normal. A equipe de Golding descobriu que a abstinência causa o mesmo tipo de estresse oxidativo, prolongando efetivamente a duração dos efeitos do álcool no corpo além do que se pensava anteriormente.

"Durante a abstinência, o fígado sofre estresse oxidativo perpétuo e envia um sinal por todo o corpo masculino", explica Golding. "O sistema reprodutivo interpreta esse sinal e diz: 'Ah, estamos vivendo em um ambiente que contém um estressor oxidativo muito forte. Preciso programar a prole para ser capaz de se adaptar a esse tipo de ambiente'".

Golding suspeita que essas "adaptações" do esperma não são benéficas e acabam gerando problemas como a SAF. O pesquisador também observou que não é necessário um consumo excessivo de álcool para que uma pessoa sofra abstinência: beber três a quatro cervejas depois do trabalho, vários dias por semana, pode induzir a abstinência quando você para de beber.

Embora Golding e sua equipe continuem investigando os efeitos do consumo paterno de álcool para ajudar os médicos a aconselhar os casais, ele sugere que os pais se abstenham de álcool pelo menos três meses antes da concepção, dada esta descoberta inovadora.

"Ainda há muito trabalho a ser feito para obter uma resposta difícil, mas sabemos que os espermatozoides são produzidos ao longo de 60 dias e o processo de renovação leva pelo menos um mês. Então, minha estimativa seria esperar pelo menos três meses", orientou.

Fonte - Agência O Globo/ Folha de Pernambuco

Foto - Reprodução Internet

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