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terça-feira, 20 de dezembro de 2022

ALIMENTOS DA CEIA DE NATAL SUBIRAM 13% - VEJA OS PRATOS QUE MAIS ENCARECERAM


Como esperado por conta da inflação em alta, acumulada em 5,47% no IPCA de dezembro, o natal deste ano deve sair mais caro. Para quem conseguir bancar uma ceia para os familiares, os produtos da tradicional refeição devem estar 13% mais caros, de acordo com levantamento da XP. A empresa de gestão de investimentos mostrou também que os presentes também vão custar mais que no ano passado. O preço das roupas aumentou quase 21%, já calçados e acessórios subiram 16,6%, enquanto roupa infantil cresceu 13,6%.

A presença de alguns pratos comuns nas mesas natalinas também fica comprometida pela alta. Proteínas como bacalhau e frango tiveram altas de 7,9% e 5,1%, respectivamente. O azeite utilizado em muitos preparos da refeição também ficou mais caro em 2022 - alta de 6,7%. Uma das estrelas da noite de natal deve surpreender muitos consumidores com custo mais alto nos ingredientes para sua preparação: a rabanada. O grupo leite e derivados cresceu 26% (o leite in natura ainda mais, quase 40%); o pão francês, 18%; ovos, quase 20%. O açúcar foi o único com deflação: -1,1%.

Em uma cesta composta por 10 produtos, entre eles aves natalinas, azeite, caixa de bombom, espumante, lombo, panetone, pernil, peru, sidra e tender, o aumento de quase dez por cento, de acordo com o balanço da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). O valor médio para adquirir esses produtos no Brasil foi calculado em R$ 294,75 no início de dezembro, R$ 26,30 a mais do que os R$ 268,45 de igual período em 2021.

Para quem for comprar um look novo para presentear ou usar na noite de natal, é melhor preparar o bolso também. O preço das roupas aumentou quase 21%, já calçados e acessórios subiram 16,6% enquanto roupa infantil cresceu 13,6%. Quem planejava apresentar com eletrônicos, boa notícia: preços de videogames e computadores caíram 8,5% e 2,6%, respectivamente. O aparelho telefônico ficou apenas 1,9% mais barato. Para aquelas menos ligadas no mundo digital, o valor pago por bicicletas ficou 7,5% mais caro e brinquedos 15,5%.

Mesmo com esse cenário, analistas do mercado financeiro voltaram a reduzir a expectativa para a inflação deste ano. O relatório Focus, do Banco Central, divulgado nesta segunda-feira (19), mostra expectativa de queda em 2022, mas elevaram as estimativas de inflação para 2023 e 2025. Além disso, a projeção indicou aumento do PIB em 2023 e queda em 2024 devido a alta de juros e taxa Selic mais alta no fim de 2024.

Ceia prejudicada

A Chef Ana Cláudia Morale, 37 anos, faz ceias de natal por encomenda e conta que sentiu o aumento no bolso. A especialista em cozinha italiana conta que teve de repassar o aumento para os clientes. Apesar da compreensão da maioria, alguns não conseguiram bancar a encomenda esse ano. “Prejudica muito. O cliente entende e concorda com aumento de preço, mas ao mesmo tempo, nem sempre consegue fazer o pedido. Quando a gente chega nesse aumento que é relativamente alto, alguns clientes preferem voltar para cozinha ou fazer algo mais simples”, conta.

Mas Ana Cláudia tem usado a criatividade para manter o preço das ceias encomendadas atrativo. “A gente vai driblando da seguinte forma: o cliente guia a gente. O cliente que gosta de bacalhau, por exemplo, já sabe que de alguma forma vai ter um aumento de um preço para o outro. Não tem como fazer o mesmo preço de outro ano. Então a gente baixa a margem de lucro, compra no fornecedor no atacado, tudo para diminuir o valor de produção”, explica a chef.

Para quem vai preparar os pratos da refeição por conta própria, a Chef Ana Cláudia indica a substituição para driblar os altos preços em abrir mão da magia da noite de natal. “Na casa das pessoas é possível substituir o Chester por frango com caldas e frutas. Se você faz um Chester bonito, você faz um frango bonito. Incrementa com uma farofa, calda. Trocar o lombo de bacalhau por lascas de bacalhau”, indicou. Além disso, a chef também sugeriu investir em vegetais bem temperados como antepastos e acompanhamentos.

Por Marcos Braz - Correio Braziliense

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