Por 23 votos a 11, a Comissão Especial da Câmara rejeitou, nesta quinta-feira (5), a PEC 135/19, que torna obrigatório o voto impresso. O resultado representa uma importante derrota para o presidente Jair Bolsonaro, que tem condicionado a realização das eleições de 2022 à aprovação da proposta no Congresso.
Durante a votação, a maioria do colegiado derrubou o parecer do deputado Filipe Barros (PSL-PR), favorável à aprovação da PEC, que é de autoria da deputada Bia Kicis (PSL-DF).
Os governistas utilizaram como principal argumento para defender o texto a divulgação, por Bolsonaro, de um inquérito da Polícia Federal sobre um suposto ataque hacker ao software de votações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Já a oposição reafirmou que as urnas eletrônicas são seguras e que a PEC é apenas um pretexto do presidente da República para efetuar um golpe de Estado. "Ele sabe que vai perder as eleições e tem cometido crimes continuados" ao ameaçar a democracia", disse o deputado Ivan Valente (PSOL-SP).
A proposta de adoção do voto impresso está no centro de uma das mais graves crises entre os três Poderes desde o fim da ditadura militar (1964-1985). Bolsonaro vem intensificando os ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que decidiram abrir inquéritos para investigar as ameaças do presidente às eleições.
Fonte - Correio Braziliense
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