Em busca de diálogo com diversas frentes para trilhar uma eventual campanha presidencial para 2022, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), se encontrou com o senador e ex-governador do Ceará, Tasso Jereissati (PSDB-CE). A intenção de Lula é atrair aliados para impor uma derrota ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
O encontro, nesta segunda-feira (23/8), em Fortaleza, foi confirmado pelo ex-presidente nas redes sociais. De acordo com Lula, a conversa com o senador foi muito importante. O encontro reforça a aliança de Lula com PSDB. O presidente também já se encontrou com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC).
“Democracia no centro da discussão. Os democratas deste país têm a responsabilidade e o desafio de resgatar a civilidade na política brasileira pelo bem do Brasil”, escreveu o petista. “Diálogo importante com o senador @tassojereissati hoje em Fortaleza. Democracia no centro da discussão. Os democratas desse país tem a responsabilidade e o desafio de resgatar a civilidade na política brasileira pelo bem do Brasil”, escreveu Lula.
Nos últimos dias, o Brasil vive uma crise entre os poderes. A tensão se intensificou após Bolsonaro enviar ao Senado pedido de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), já afirmou não vislumbrar fundamentos técnicos, jurídicos e políticos para a destituição de um integrante da Suprema Corte.
Nos últimos meses, o presidente vem falando a apoiadores, sem apresentar provas, que ganhou as eleições em primeiro turno. De acordo com ele, o pleito de 2018 foi fraudado para que o petista Fernando Haddad tivesse a oportunidade de enfrentá-lo em segundo turno.
Bolsonaro foi eleito, no segundo turno, o 38º presidente da República com 57.797.847 votos (55,13% dos votos válidos), contra 47.040.906 votos (44,87%) de Haddad. O pedido de Bolsonaro contra Moraes incitou também seus apoiadores, que prometem sair às ruas no 7 de setembro, Dia da Independência, e pedir a intervenção das forças armadas no país, em defesa do golpe militar.
Essa não seria a primeira vez que o país passaria por uma gestão militar. A derrubada de João Goulart levou a uma ditadura de 21 anos, período marcado por crimes contra a democracia, a liberdade de imprensa e os direitos humanos.
Foram cinco mandatos militares e 16 atos institucionais – mecanismos legais que se sobrepunham à Constituição. Entre eles, o AI-5, que estabeleceu um regime de opressão, garantindo a ampliação dos aparatos de perseguição e repressão dos cidadãos brasileiros. Ações ilegais, como a tortura, ganharam incentivo durante o ato.
Por Estado de Minas
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