Na melhor apresentação da Argentina nesta Copa do Mundo, Lionel Messi marcou duas vezes nesta quarta-feira na vitória sobre a Nigéria, por 3 a 2, em um Beira-Rio vestido de azul e branco, em Porto Alegre, e garantiu aproveitamento 100% de sua seleção, terminando na primeira colocação no Grupo F. Apesar da derrota, o time africano também avançou às oitavas de final.
A Argentina terminou a primeira fase da Copa com nove pontos, repetindo a sequência vitoriosa de Colômbia e Holanda, à frente da segunda colocada Nigéria, que ficou com quatro pontos. A Bósnia ficou com três, ao vencer o Irã, que terminou com apenas um ponto.
De quebra, a seleção argentina tem agora um dos artilheiros da Copa. Com os dois desta quarta-feira, Messi acumula quatro gols, empatando com Neymar. Ele também foi o primeiro jogador da sua seleção a marcar quatro gols seguidos - um na estreia, outro no segundo jogo e dois contra a Nigéria - desde Maradona, em 1986.
Além da exibição do craque, os cerca de 20 mil argentinos que compareceram ao Beira-Rio puderam assistir a um jogo eletrizante principalmente no início dos dois tempos. Foram dois gols no começo de cada etapa e bons lances ofensivos dos dois lados.
Em festa no Beira-Rio, a empolgada torcida argentina contribuiu para pintar de azul e branco o reduto vermelho do Internacional, que teve que aceitar as cores do arquirrival Grêmio dominando nas arquibancadas do seu estádio.
Nas oitavas de final, a Argentina vai cruzar com o segundo colocado do Grupo E, possivelmente Suíça ou Equador, no dia 1º de julho, no Itaquerão, em São Paulo. E a Nigéria duelará com o líder desta mesma chave, cuja favorita é a França, em 30 de junho, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília.
O JOGO - Até o apito inicial no Beira-Rio, Enyeama era o único goleiro a não levar gol nesta Copa. A série positiva do nigeriano não resistiu a dois minutos contra Messi. O argentino abriu o placar após jogada inusitada, em que Di María bateu da esquerda e viu a bola acertar o pé da trave e voltar nas costas de Enyema. Na sobra, o craque do time não perdoou e fuzilou, da marca do pênalti.
Parecia o prenúncio de uma vitória arrasadora. Não fosse o passe de Babatunde para Musa, que bateu forte da esquerda e venceu o goleiro Romero. Aos 3 minutos, Nigéria e Argentina já empatavam em 1 a 1. Resultado que favorecia as duas equipes: os argentinos terminavam na liderança e os nigerianos se garantiam nas oitavas de final, graças à vitória da Bósnia sobre o Irã no outro jogo da rodada.
Mas, por causa do risco da derrota, que poderia prejudicar as duas equipes, nigerianos e argentinos foram para o ataque, ainda que sem o mesmo ímpeto do início. Higuaín levou perigo duas vezes pela esquerda. Di Maria arriscou tabelas e finalizações pelo mesmo lado, também sem sucesso.
Aos 35 minutos, o ataque argentino sofreu uma baixa. Agüero reclamou de dores musculares e foi substituído por Lavezzi, desfalcando o "quarteto mágico" da Argentina, que ainda não correspondeu às expectativas nesta Copa.
E, como nas partidas anteriores, o quarteto foi salvo novamente por Messi. O ídolo do Barcelona precisou de duas cobranças de falta praticamente idênticas para deixar a Argentina novamente na frente.
Na primeira, ele bateu no ângulo e viu Enyema saltar para fazer grande defesa aos 43. Dois minutos depois, Messi finalizou do mesmo ponto, no mesmo ângulo, no lado direito do ataque. E, desta vez, o goleiro nigerino nem foi na bola. Foi o quarto gol de Messi na Copa.
O segundo tempo repetiu o roteiro do primeiro, com dois gols logo no início. O cronômetro registrava apenas um minuto quando Musa tabelou com Emenike na entrada da área e empatou a partida. Sem dar sossego à defesa nigeriana, a Argentina retomou a dianteira com escanteio de Messi e finalização de Rojo, de joelho, dentro da pequena área. O lateral marcou seu primeiro gol pela seleção.
O terceiro gol deu confiança a Alejandro Sabella. O técnico sacou Messi por precaução, aos 17 minutos, e concentrou o ataque no veloz Lavezzi e no discreto Higuaín. Di María era o principal articulador, com tentativas de tabela e finalizações de longa distância.
Mas o ritmo caía gradualmente no ataque, enquanto a Nigéria seguia levando perigo à defesa argentina. Musa, aos 33, e Ambrose, aos 41, quase buscaram o empate. No final, até os africanos tiraram o pé, tranquilos com a derrota em razão da vitória da Bósnia que tirava o Irã da disputa pelo segundo lugar do Grupo F.
FICHA TÉCNICA:
NIGÉRIA 2 x 3 ARGENTINA
NIGÉRIA - Enyeama; Ambrose, Yobo, Omeruo e Oshnaniwa; Mikel, Onazi, Babatunde (Uchebo)e Odemwingie (Nwofor); Musa e Emenike. Técnico: Stephen Keshi.
ARGENTINA - Romero; Zabaleta, Garay, Fernández e Rojo; Mascherano, Gago, Di María; Messi (Álvarez), Agüero (Lavezzi) e Higuaín (Biglia). Técnico: Alejandro Sabella.
GOLS - Messi, aos 2 e aos 45, e Musa, aos 3 minutos do primeiro tempo; Musa, a 1, e Rojo, aos 4 minutos do segundo tempo.
CARTÕES AMARELOS - Omeruo, Oshnaniwa.
ÁRBITRO - Nicola Rizzoli (Itália).
RENDA - Não disponível.
PÚBLICO - 43.285 presentes.
LOCAL - Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre (RS).
Fonte: Agência Estado
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