Com o desaquecimento da economia e a consequente queda nas vendas, os postos estão reduzindo os preços da gasolina para atrair consumidores. Se o valor mais baixo é vantajoso para quem compra, por outro lado, a guerra de preços entre os estabelecimentos se tornou um desafio à sobrevivência dos negócios no Estado.
Sobretudo, porque os empresários do setor dizem que a desvalorização também está relacionada a irregularidades como fraudes e/ou sonegação de impostos.
A situação se agravou com o aumento da violência nos últimos meses. O Sindicombustíveis-PE denuncia um aumento considerável no roubo de cargas.
“Recebo, todas as semanas, notícias de dois ou três caminhões de combustíveis roubados”, revela o presidente do sindicato, Alfredo Pinheiro Ramos, explicando que, embora esses caminhões tenham seguro, o produto roubado é revendido por preços bem abaixo da média, corrompendo o mercado. “É preciso um combate mais efetivo desse tipo de prática”, cobra. Gerente comercial da distribuidora Setta Combustíveis, Sávio Lopes revela que uma carreta da empresa com 32 mil litros de combustível foi roubada após o Carnaval. “Os bandidos levaram apenas a gasolina, que é mais fácil de vender”, comentou.
Sem condições de competir com os preços mais baixos, que não cobrem os custos dos estabelecimentos como a folha de pagamento, muitos postos estão fechando. De acordo com Ramos, por causa desse desequilíbrio, pelo menos 15 postos de combustíveis na Região Metropolitana do Recife (RMR) encerram as atividades nos últimos seis meses.
Dirceu Gomes, dono do Posto Rota 232, em Vitória de Santo Antão, contou que, enquanto o seu estabelecimento vende o litro de gasolina por R$ 3,14, alguns estabelecimentos comercializam o litro R$ 2,99. “Não dá pra ter margem e fechar as contas do mês”, avaliou. Marcelo Gomes, do Posto Sucupira, em Jaboatão dos Guararapes, precisou demitir funcionários. “É difícil competir com sonegadores e postos que vendem produtos de origem duvidosa”, diz.
No mês passado, a Secretaria da Fazenda intensificou operações de combate a irregularidades no setor de combustíveis, com atual monitoramento de 26 postos na RMR.
Da Folha de Pernambuco
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