Todos os nove governadores eleitos do Nordeste se reúnem nesta terça-feira (9) na capital da Paraíba, João Pessoa, para a realização de uma reunião de trabalho, que visa definir uma agenda de atuação para a região a partir de 2015. Um dos temas polêmicos abordados antes e durante o encontro foi a volta da CPMF, assunto que divide a opinião dos governantes.
A volta da tributação é apontada como uma alternativa para resolver os problemas de falta de verbas aplicadas na saúde pública. Dentre os líderes estaduais que defendem a volta do imposto estão os governadores eleitos de Alagoas, Renan Filho (PMDB), do Ceará, Camilo Santana (PT) e da Bahia, Rui Costa (PT).
Renan Filho chegou a dizer, minutos antes do encontro com os líderes, que a única forma de a cobrança fazer sentido é se ela for usada apenas como meio de arrecadação de recursos para a saúde: “A CPMF era um imposto que, quando foi criado, tinha como origem destinar todos os recursos provenientes dela para a saúde. Se isso acontecer hoje, eu acho que é um caminho a ser seguido, especialmente para quem é nordestino”.
A opinião sobre a volta da CPMF não é unânime e encontra resistência de, pelo menos, dois governadores nordestinos: Flávio Dino (PCdoB), do Maranhão, e do governador eleito de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB).
Dino alega que é contra o aumento de tributação e, por esse motivo, não apoia a volta da CPMF.
Curiosamente, os governadores favoráveis à volta da CPMF receberam, direta ou indiretamente, apoio do Governo Federal nas eleições de 2014.
Apesar de o futuro governador pernambucano se manifestar contra a volta do imposto, o PSB de Paulo Câmara apoiou de forma integral a proposta de reinstituir a CPMF em 2010, quando todos os governadores da legenda seguiram a proposta do Planalto.
A CPMF era um imposto aplicado sobre transações bancárias e foi extinta no final de 2007 após uma derrota do governo do ex-presidente Lula (PT) no Senado. O governo propôs prorrogar a cobrança do imposto até 2011. Desde então, a volta da CPMF foi tentada algumas vezes.
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