Sob a alegação de autoritarismo de lideranças petistas na campanha em Pernambuco e descontentamento com a aliança do PT com o candidato ao governo estadual Armando Monteiro Neto (PTB), a tendência interna do partido PT de Lutas e Massas (PTLM) declarou, domingo (28), seu apoio ao candidato adversário, Paulo Câmara, do PSB.
Câmara, que iniciou a campanha em franca desvantagem, ultrapassou o petebista, de acordo com as pesquisas. A última rodada do Datafolha mostrou o socialista com 43% e Monteiro Neto com 34%. A subida e virada ocorreu depois da morte do padrinho político e presidenciável Eduardo Campos, no dia 13 de agosto. A campanha socialista usa a comoção pela tragédia em favor dos seus candidatos.
"Lideranças comandadas tentam o tempo todo impor suas posições políticas ao partido que carecem de lógica democrática e atendem somente aos próprios interesses, numa tentativa de transformar o PT em partido de cúpulas e de donos", justificou Guimarães, referindo-se ao senador Humberto Costa e ao deputado federal João Paulo, candidato ao Senado.
Responsável pela coordenação da campanha da presidente Dilma Rousseff no Grande Recife e membro da executiva nacional, Gilson Guimarães, integrante da tendência, também reclamou que a campanha petista estava "escondendo Dilma" nos últimos 15 dias, e só voltou a assumir a candidata depois que ela começou a subir nas pesquisas. O PTLM afirma manter o apoio à reeleição da presidente Dilma.
Em nota divulgada nesta segunda-feira (29), a presidente estadual do PT-PE, Teresa Leitão, considerou a atitude do PTLM de apoiar o candidato socialista um ato "inaceitável e inadmissível", e "uma afronta às decisões legítimas" do partido.
"É uma decisão apequenada, típica dos que priorizam seus interesses em detrimento do projeto de mudanças que o PT lidera". Destaca que a tendência interna é "um grupo minoritário que escolheu fazer o jogo dos adversários" e que "trai a candidatura Dilma".
Do NE10
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